O Policiamento Comunitário ou de Proximidade é um tipo de policiamento ostensivo que emprega efetivos e estratégias de aproximação, ação de presença, permanência, envolvimento com as questões locais, comprometimento com o local de trabalho e relações com as comunidades, objetivando a garantia da lei, o exercício da função essencial à justiça e a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do do patrimônio. A Confiança Mútua é o elo entre cidadão e policial, entre a comunidade e a força policial, entre a população e o Estado.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

JORNADAS FORMATIVAS DE DIREITOS HUMANOS


JORNADAS FORMATIVAS DE DIREITOS HUMANOS

Com o objetivo de melhorar a capacitação dos profissionais da área de segurança no país, o projeto Segurança Cidadã, parceria do Ministério da Justiça com o PNUD, investe nas Jornadas Formativas de Direitos Humanos, que já graduaram cerca de 12 mil pessoas da área. O objetivo dos responsáveis em 2011 é estender o programa a todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.

As jornadas consistem em um tipo de treinamento dado a membros das Polícias Civil e Militar, bombeiros, agentes penitenciários, guardas civis metropolitanos, e no qual um professor capacitado ministra aulas sobre a aplicação dos preceitos dos direitos humanos em seu cotidiano.

"Ainda não fechamos o cronograma, mas com certeza os profissionais que vão operar nas 12 cidades que sediarão a Copa do Mundo de 2014 serão preparados para lidar bem com uma competição desse porte", afirma o tenente-coronel Silvio Tucci, um dos coordenadores do projeto na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça.

"Os municípios são Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA) e Brasília (DF), que já recebeu a jornada", acrescenta.

Desde a criação do projeto, em 2004, as jornadas eram aplicadas apenas àqueles que atuavam efetivamente nas ruas e nas instituições. ?As empreitadas priorizavam as áreas abrangidas pelo programa, com vistas a preparar os operadores de segurança pública para a compreensão da sua atividade e sua missão dentro do Estado Democrático de Direito?, conta Juliana Barroso, coordenadora do Segurança Cidadã.

No início de dezembro deste ano, porém, a instituição iniciou uma nova caminhada, com o curso de "formação de formadores", iniciativa que visa a preparar melhor os instrutores de direitos humanos das academias e dos colégios militares.

Com duração de cinco dias em período integral, o treinamento tem o intuito de sensibilizar o profissional para que ele repasse os conceitos aprendidos nas jornadas de forma objetiva aos colegas que estão se formando ou fazendo reciclagem?, explica o tenente-coronel.

Interagindo com os colegas

Nesse primeiro encontro, que contou com aproximadamente 35 pessoas, todos tiveram a oportunidade não só de aprender, como de se expressar e interagir com os colegas. Isso ajuda no sentido de fazer com que o ensinamento fique mais solidificado. Além de as pessoas se expressarem melhor, a assimilação e o entendimento se tornam mais fáceis?, afirma o coronel Tucci.

Uma coisa que nós sempre notamos é a mudança de visão. Muitos dos profissionais já vêm com alguns pré-conceitos, e, durante o trabalho, vamos mostrando outros pontos, focos diferentes. No fim, eles saem ganhando porque, além de atualizarem o conhecimento, têm uma troca de informação bastante interessante com os colegas, conta o militar

FONTE: informação recebida de Claudio Bayerle.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

GUARDA CIVIL METROPOLITANA SE QUALIFICA


Centro de Formação em Segurança Urbana certifica 197 Inspetores da GCM no Curso Escola de Comando - Ivonete Pereira, colaborou: Fatima Brito - Prefeitura Municipal de São Paulo.Informativo IPA-Brasil, 28/12/2010

O Centro de Formação em Segurança Urbana - órgão gestor da política de ensino da Secretaria Municipal de Segurança Urbana certificou nesta quarta-feira (22/12), às 15h, no Edifício Matarazzo, 197 inspetores da Guarda Civil Metropolitana e sete inspetores de outros estados e municípios - no Curso Escola de Comando - 1ª fase e Módulo Avançado (alto comando).A Banda da Guarda Civil Metropolitana fez a abertura do evento.

O curso voltado ao planejamento, gestão e liderança, sobretudo para os Inspetores que possuem cargos de comando e chefia na GCM, teve início em fevereiro deste ano. O conteúdo programático é de 300 horas/aula, incluindo 50 h/aula no eixo temático - planejamento estratégico- especialmente direcionado aos que exercem os mais altos cargos da Corporação.

Para o coordenador geral do Centro de Formação, Flávio Paulo Domingos Rosa, o conteúdo dessa capacitação foi voltado ao debate, à reflexão e ao desenvolvimento de competências, como habilidades e atitudes com vistas ao aprimoramento profissional almejado na área de planejamento, gestão e liderança. "Hoje é uma data importante. Este curso é inédito nesta corporação e os senhores têm o saber, a ferramenta para orientar a tropa, de tal forma que a GCM possa atuar ainda mais dentro dos padrões de gestão da qualidade exigidos pela sociedade e incorporados pela Secretaria?.

De acordo com o Secretário Edsom Ortega, investir na formação dos líderes e chefias dentro das corporações é de fundamental importância. Os servidores precisam estar sempre atualizados para que possam executar suas tarefas com qualidade e atendendo as demandas que surgem a cada dia, em uma sociedade cada vez mais exigente, em especial os agentes públicos para que devem prestar um serviço ágil e eficiente?.

O Secretário destacou ainda os investimentos aplicados na Corporação, tais como: a aquisição de novas viaturas e instrumentos (rádio digital, vídeo-monitoramento e GPS com alta tecnologia, investimento superior a R$ 40 milhões), além da entrega de novos veículos 4X4 para a Guarda Ambiental, totalizando mais de 65 a serviço da proteção de mananciais e áreas verdes de São Paulo.

Para o Comandante Geral da GCM, Joel Malta de Sá, o curso proporcionou uma maior interação com os inspetores regionais e a percepção das metodologias aplicadas numa operação mais ampla, atendendo a todas as instâncias hierárquicas.

Prestigiaram também a Cerimônia: o presidente da Associação Internacional de Policia, Jarim Lopes Roseira, o Chefe de Gabinete Paulo Cesar Franco, o Coordenador de Administração e Finanças, José Aparecido Titoneli, o Subcomandante da GCM, Francisco Mauricio Marinho, o Inspetor Chefe da Superintendência de Planejamento, Moacir Urban Sorrentino, o Superintendente de Operações da GCM, Dalmo Luiz Coelho Alamo, os Comandantes e Inspetores Chefes das 31 inspetorias e dos cinco comandos da Guarda Civil Metropolitana. Os representantes da Guarda Civil de Osasco (Inspetor Menezes que compôs a mesa), de Taboão da Serra, de Curitiba, de Guarulhos, do Maranhão e Embu Guaçu, entre outros servidores da SMSU.

Parcerias:

Para a realização deste curso, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, por meio do CFSU, firmou parceria com diferentes organismos, entidades, Polícia Militar, da qual se destacou o ?Método Giraldi?, técnica utilizada naquela Corporação e agora também na GCM-SP, como instrumento do tiro defensivo na preservação da vida. Foram promovidas palestras que contribuíram na troca de experiências.

Homenagem aos primeiros colocados

O inspetor Eduardo Siqueira Bias, mestre de cerimônia e orador da turma destacou os inspetores com maior aproveitamento no curso: Marcos Bazzana Delgado, Antonio Carvalho Silva e Paulo José Barbosa, respectivamente, 1º, 2º e 3º colocados. Também foram homenageados o Comandante Geral da GCM Joel Malta de Sá, como 1º colocado do ?Módulo Avançado?, a Inspetora Maria das Dores de Oliveira, como 1ª colocado feminino e o Subcomandante da Guarda Civil de Guarulhos, Francisco Morota da Silva, como 1º colocado entre os alunos convidados.

Centro de Formação em Segurança Urbana já capacitou mais de dez mil servidores

No período de 2005 a 2010, o CFSU capacitou cerca de 10 mil servidores da SMSU e de outros Estados do país, desde cursos de qualificação, capacitação e aperfeiçoamento em todos os níveis hierárquicos, conforme exigência da Lei Municipal 13.768/04, até cursos de capacitação para servidores da administração de pasta.

Entre os cursos dirigidos à GCM, destacaram-se a formação de GCM 3ª classe, capacitação para Classes Distintas e Inspetores; Atendimento ao Turista em Língua Estrangeira ? Inglês e Espanhol; Credenciamento de Motoristas e Motociclistas; Estágio de Qualificação Profissional? EQP e Língua Brasileira de Sinais ? LIBRAS (incluindo o ?Método Giraldi? na instrução de tiro), conselheiros em direitos humanos, motociclistas batedores, guardas vidas, além do curso Escola de Comando destinado ao aperfeiçoamento de cerca de 200 Inspetores, qualificando-os ao exercício de cargos de comando e chefia na GCM.


Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/seguranca_urbana/noticias/?p=24334 - matéria recebida de Claudio Bayerle.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sou defensor da Polícia Municipal distribuída em parques e postos de policiamento comunitário nos bairros como integrante do sistema estadual de ordem pública no papel de força auxiliar das Polícias Estaduais. As Polícias Militares já demonstraram não possuir recursos e efetivos suficientes para executar o policiamento ostensivo e permanente em todos os bairros de uma cidade de porte médio e grande. Esta na hora das Guardas Municiparem entrarem nesta transição e se capacitarem para complementarem este dever social.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

UM GOLPE NA UPP SOCIAL

Política. Um golpe na UPP Social - O Globo, Repórter de Crime, Jorge Antônio Anselmo.28/12/2010

Como o próprio secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, reconhece, violência não é só caso de polícia. A polícia é apenas um dos atores do combate ao crime. Na prevenção ao crime em áreas pobres é fundamental a presença do Estado na prestação de serviços, com uma política de assistência social séria sem clientelismo ou falsos milagres. Era justamente nessa direção que estava indo o projeto da UPP Social, lançado há sete meses pelo governo do Estado do Rio. O projeto foi implantado e coordenado com brilhantismo pelo secretário Ricardo Henriques, um economista com profunda visão social, que conseguiu arregimentar quadros de excelência técnica, a maioria deles movidos apenas pela paixão de atuar num projeto social que serviria de suporte para a pacificação das favelas, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora.

Só que no meio do caminho surgiu uma pedra. Um pedregulho, diria eu. A aliança política entre o governador Sérgio Cabral e o PT acabou por mexer no time que estava ganhando na UPP Social. Sai o secretário Ricardo Henriques e entra Rodrigo Neves, um quadro do PT ligado ao deputado cassado José Dirceu, que teve atuação na assistência social de Niterói e respondeu a processo no TRE. Não sei se Rodrigo Neves vai ter capacidade de tocar o projeto da UPP Social melhor do que a equipe que lá estava. Mas com certeza não vai contar com a equipe de primeira, formada por cientistas sociais especializados na questão da segurança pública e da criminalidade. Outro aspecto é que é pouco provável que o PT consiga fazer algo de bom numa secretaria onde já esteve e não fez absolutamente nada de interessante, no próprio governo Cabral. Nem na área de dreitos humanos, que é também sua atribuição, a secretaria atuou direito. Alguém lembra de ter visto a secretária Benedita da Silva em algum enterro de vítima da política de confronto nas favelas? O PT ficou de olho grande no "capital social" da UPP Social e o governador Sérgio Cabral teve que se render aos apelos de Brasília.

A exoneração de Henriques embute outro retrocesso. O mesmo governo que se gaba de ter acabado com a ingerência política na escolha de delegados ou comandantes de batalhão - na área de segurança - agora admite que uma aliança político-partidária interfira na gestão de projetos tão caros como o da UPP Social.

O próprio secretário Beltrame intercedeu em favor de Ricardo Henriques que foi surpreendido com a exoneração - anunciada semana passada - e agora pode ser chamado pelo prefeito Eduardo Paes para atuar no município em favor das UPPs. Seria a meu ver outro erro colocar a UPP Social sob o controle da prefeitura. Embora boa parte dos serviços oferecidos nas favelas seja da alçada municipal, é preciso que haja um coordenador da esfera estadual a fim de se dar amplitude ao projeto. Seria muito melhor que o projeto ficasse na Secretaria de Segurança, embora eu particularmente ache que polícia não tem vocação para fazer papel de assistente social.

O governo do estado deu um tiro no pé ao exonerar Henriques de um projeto que é fundamental para o sucesso da pacificação das favelas. Do contrário, o estado vai continuar tratando todos os favelados como bandidos em potencial. E pode não obter o êxito que todos esperamos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O meu tocaio do Repórter de crime, a quem admiro pelas posições pontuais e visionárias, mais uma vez toca no fundo da ferida que enfraquece as polícias estaduais brasileiras - a política partidária e seus interesses. Realmente, a polícia não tem vocação para ser assistente social, mas tem obrigações preventivas onde estas ações se inserem e que deveriam ser aplicadas por agentes especializados da órgãos estataisque existem para fazer este papel. A estratégia do policiamento comunitário, para obter a confiança do cidadão e das comunidades, precisa ser complementada por ações sociais, educacionais, jurídicas, judiciais e de inserção profissional, na obtenção da paz social.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PACIFICAÇÃO - Cerimônia reúne fiéis e PMs na Igreja da Penha


Cerimônia reúne fiéis e PMs na Igreja da Penha para marcar a ocupação de comunidades - O DIA, 27/12/2010

Rio - Uma celebração pela paz reuniu, ontem, centenas de fiéis no santuário de Nossa Senhora da Penha, um mês após a ocupação policial do conjunto de favelas da Penha e do Alemão, na Zona Norte. Situada numa região marcada há mais de 30 anos por conflitos armados, a Igreja da Penha voltou a receber fiéis que haviam se afastado por causa da violência.

Depois de 40 anos sem subir as escadarias do santuário com a família, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, foi até a igreja acompanhado da mãe e da sogra. “A última vez que estive aqui foi em 1970 com minha mãe. Esse momento mostra que, com o coração voltado para o bem, estamos conseguindo transformar o Rio”, disse o oficial, que assistiu à missa solene presidida por Dom Dimas Barbosa, secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O religioso pediu às famílias que protejam seus jovens das drogas. “Só existe o tráfico porque tem usuário. Quando as famílias conseguirem livrar seus filhos das drogas, a polícia não precisará ir atrás de traficante”, pregou Dom Dimas, que celebrou a festa da Sagrada Família, acompanhado de bandas católicas e do cantor Jerry Adriani.

Após a missa, que teve como tema a “Paz neste Natal e para sempre no Rio”, o padre Serafim de Souza Fernandes, reitor do Santuário, convidou os devotos a participar da Celebração da Luz. Encerrando dois dias de orações pela paz na cidade, fiéis iluminaram as escadarias da igreja com luz de velas. “Nos outros anos, eu vinha com muito medo de tiroteios. Agora graças a Deus podemos vir em paz. Rezei muito por esse momento”, disse a aposentada Magnólia Ferreira, 57 anos.

sábado, 25 de dezembro de 2010

SISTEMA - JUIZADOS CRIMINAIS DÃO CONTINUIDADE AO ESFORÇO DAS UPPs

UPPs no Rio de Janeiro terão Juizados Especiais - Por Mariana Ghirello e Marina Ito - Consultor Jurídico, 06/12/2010

As Unidades de Polícia Pacificadoras, as UPPs instaladas em favelas no Rio de Janeiro, terão Juizados Especiais. Essa é uma das promessas do acordo que será assinado, nesta terça-feira (7/12), por integrantes do Executivo e do Judiciário, durante o 4º Encontro Nacional do Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça. No documento, ao qual a ConJur teve acesso, catorze autoridades se comprometem a desenvolver atividades para conscientizar a população sobre os seus direitos e facilitar o acesso à assistência judicial gratuita.

O Poder Judiciário, por meio do Conselho Nacional de Justiça afirma que dará o apoio necessário para integrar “Núcleos de Acesso à Justiça, por meio da disponibilização do atendimento prestado pelos Juizados Especiais pela adoção de práticas inovadoras, reconhecidas pela comunidade jurídica”.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ficará responsável pela execução de projetos e ações como Justiça Itinerante, que irá prestar serviços extrajudiciais de registro civil e notariais. Além de outros projetos como Jovens Mensageiros, Justiça pelos Jovens e Justiça Cidadã. O TJ também se compromete a estimular a mediação e conciliação para soluções de conflitos dentro da comunidade.

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Luiz Zveiter, disse à ConJur, no entanto, que ainda não há prazo para a construção de Fóruns e Juizados Especiais nas comunidades que têm UPPs. A corte, afirmou o presidente, vai analisar primeiro qual é a demanda. O compromisso do tribunal é levar também postos avançados, com estrutura cartorária e conciliadores e mediadores.

A Justiça Federal, pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, cuidará da implantação de Juizados Especiais Federais na UPPs, já integrado com as instituições do Judiciário. E de projetos e ações para conscientizar a população sobre seus direitos. Também deverá dar maior ênfase na mediação e conflito para das demandas previdenciárias.

Segundo o presidente do TRF-2, o desembargador Paulo Espírito Santo, a Justiça Federal será uma coadjuvante no Acordo que será firmado em relação a Justiça do Trabalho e a Estadual, já que terá uma participação menor. Ela ficará responsável por instalar a Unidade Avançada, que funcionará como uma Vara da Justiça Federal. “A ideia é levar a Justiça ao povo”, finaliza.

A Justiça do Trabalho também dará sua colaboração com projetos e ações de conscientização da população sobre os direitos do trabalhador e erradicação do trabalho infantil. Além de garantir o acesso à Justiça para as pessoas das comunidades onde estão as UPPs. O presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, o desembargador Aloysio Santos, afirmou que o foco da atuação da Justiça do Trabalho será a conciliação, ainda que o juiz não esteja presente.

"Também serão distribuidos manuais ao trabalhadores e pequenos empresários da região para divulgar metodologia e filosofia do Direito do Trabalho", disse.

A Defensoria Pública da União e do Estado também assinam o acordo, em que serão responsáveis por facilitar o acesso à Justiça da população. Elas irão prestar assistência jurídica gratuita através de Núcleos Avançados de Atendimento. A Defensoria estadual quer combater o índice de sub-registro civil de nascimento e demais documentos básicos. Já a Defensoria da União tem como foco o projeto DPU-Itinerante para a realização de mutirões de atendimento aos moradores.

O Programa de Identificação de Vítimas (PIV) do Ministério Público também será implementado nas comunidades como forma de garantir identificação de pessoas desaparecidas. Além disso, o MP também quer erradicar do sub-registro paterno de crianças e adolescentes, de forma célere e desburocratizada, por meio do Programa “Em Nome do Pai”. E ainda, fornecer de forma desburocratizada e simples o serviço da Ouvidoria.

O Ministério da Justiça, por intermédio da Secretaria de Reforma do Judiciário, irá apoiar a instalação de Núcleos do Programa Justiça Comunitária, destinados à capacitação de lideranças comunitárias em práticas de mediação e conciliação. Já Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, órgão do MJ, irá apoiar a implantação e funcionamento do Projeto Balcão de Direitos.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro por intermédio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, se compromete a viabilizar o que está sendo proposto no acordo, como a execução e o monitoramento dos Núcleos do Programa Justiça Comunitária e dos Núcleos de Acesso à Justiça. O Governo do Estado deverá fornecer espaço físico adequado e servidores públicos. E a Secretaria de Segurança Pública irá coordenar, integrar e promover a articulação das UPPs junto à implementação dos serviços jurídicos e sociais.

Por fim, para solução de eventuais litígios decorrentes do acordo, a Justiça Federal na Seção Judiciária do Distrito Federal será o foro para quaisquer dúvidas ou questões do documento. Ele entra em vigor a partir da data da assinatura das autoridades e tem validade de dois anos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A LEI DA UPP NAS FAVELAS DO RIO

A lei da UPP nas favelas do Rio - Vinicius Carvalho da Silva, O GLOBO, 23/12/2010 às 19h49m; Artigo do leitor.


Naquele tempo em que o jovem imperador ainda passava em Petrópolis boa parte de seu tempo, o problema do Alemão já era complexo: enquanto os negros de África eram seqüestrados no outro continente, outros mil povos faziam-se colonos na república das bananas,ou do café e da cana de açúcar, como preferir.

Com segurança e educação essas comunidades estarão realmente transformadas em 2035
Alguns colonos eram pagos, ganhavam terras, outros, aos montes, eram explorados. Muitos vieram e foram ludibriados, mandados para regiões remotas, onde só não comeram o pão amassado pelo diabo, porque o trigo não estava para a plebe. Mas "cem anos de solidão" depois, firmou-se a maioria, expandiram e prosperaram, e hoje, são membros da classe média brasileira. Já os reis e princesas africanas, cresceram e multiplicaram-se, como reza o testamento antigo, mas sua prole foi marginalizada, excluída de vida social digna.

O charmoso Rio antigo é também o protótipo do fenômeno favelístico, com seus cortiços, bairros pobres, seu trapiches e suas Gambôas com suas ladeiras. Os escravos libertos, apinhavam-se nos guetos. Nascia ali, o complexo problema, que haveria de desembocar, muitos carnavais depois, no Complexo do Alemão, enquanto duto e reduto da marginalidade. Marginais, tanto pela bandidagem, quanto por viver à margem da vida política. As favelas nunca foram vistas como cidade, ou como parte delas, mas como estados paralelos, "metapólis", fora da cidade, coisa alguma, terra sem lei, onde cada um é por si e Deus é por ninguém.

Do grego, "oiko nomos", de onde vem economia, significa administração do lar. As favelas nunca tiveram economia, mas autonomia. Com seus próprios tribunais e ritos, suas sentenças criminosas e seu sistema tributário de taxação por bens de serviços. Os traficantes ali imperavam, não como gestores, mas como capitães do mato, perpetuando no tempo o tráfico de escravos: traficantes escravos de um sistema perverso, moradores escravos do medo. Ciclo viciado e viciante.

Com o programa de governo das Unidades de Polícia Pacificadora, vimos o poder Executivo agir, pela primeira vez, em décadas. Óbvio que excessos devem ser apurados e rigorosamente coibidos e punidos, mas tal política, paulatinamente aprimorada pela experiência, deve avançar pelo Rio e pelo Brasil. Entretanto, até então, um medo me assolava: se apenas o Executivo fizer sua parte, sem forte empenho do Legislativo e Judiciário, serão logos anos de guerra e avanços aparentes. Todavia, como noticiou o jornal 'O Globo' , um grande e decisivo passo foi dado pelo legislativo: transformar o projeto UPP em lei.

O porteiro de meu prédio, morador de uma comunidade beneficiada com as UPPs, contou-me que de fato o tráfico acabou naquela localidade, mas bandidos desconhecidos da polícia permanecem infiltrados, como informantes da quadrilha, nutrindo a esperança de retomada do território após a realização dos grandes eventos dos próximos anos.

Com a nova lei, cada nova UPP não será 'para inglês ver'. As unidades deverão funcionar por no mínimo 25 anos e projetos sociais de educação e cultura serão obrigatórios. Com segurança e educação essas comunidades estarão realmente transformadas em 2035. Se a lei estabelecer-se e for executada, as próximas décadas não terão, para o poder executivo e para as comunidades beneficiadas, anos de solidão.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Como já venho afirmando a muito tempo. O policiamento comunitário (filosofia e estratégia da UPP) é sedimentado na confiança do cidadão e esta depende dos resultados para inibir e até extinguir o crime e criar um ambiente seguro, de tranquilidade e paz social. Só que estes resultados não dependem só dos policiais, da polícia ou dos programas sociais, educacionais e de saúde que são aplicados conjuntamente. É preciso que o bandido seja preso, processado, julgado, sentenciado a uma pena e cumprir esta pena com dignidade e oportunidades para se reabilitar perante a sociedade. É também necessário que o Estado se imponha coativamente para inibir a reincidência e evitar o crime, as contravenções e a violência. Portanto, as UPPs precisam de um judiciário mais aproximado da sociedade, dos delitos, das polícias, dos presídios e das questões de ordem pública. Só uma justiça coativa e comprometida com a paz social poderá garantir a eficácia da ação policial, a preservação da paz social e manutenção da confiança do cidadão no Estado.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PACIFICAÇÃO - UPP impulsiona 'samba de classe média' e restringe bailes funk

UPP impulsiona 'samba de classe média' e restringe bailes funk. Bloco da Zona Sul organiza evento em favela; funk só tem permissão em uma das comunidades. O ESTADO DE SÃO PAULO - 22 de dezembro de 2010 | 10h 21

A cada primeiro sábado do mês, a quadra da escola de samba do morro Santa Marta, em Botafogo, tem sido lotada por um público novo - a maioria de cariocas que nunca estiveram na favela. O motivo é o evento "Morro de Alegria", promovido desde setembro por um bloco de carnaval da Zona Sul, o Spanta Neném.

De acordo com os organizadores, a última edição do evento teve os ingressos esgotados horas antes do início e atraiu cerca de mil pessoas.

Para Diogo Castelão, um dos dez integrantes do Spanta Neném, o sucesso de público na favela não seria possível sem a Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs), implantada no morro Santa Marta há dois anos.

"Nosso objetivo é fazer a galera subir", diz Castelão. "Existe esse mistério que ronda as comunidades. As pessoas do Rio em geral não conhecem, mas têm vontade de conhecer. Agora as UPPs facilitaram esse movimento."

"Como é uma comunidade já pacificada, não fiquei com medo de vir", afirma a estudante Rafaela Amado, de 24 anos, moradora da Tijuca. "Minhas amigas já tinham vindo, falaram que é superlegal e me convenceram."

Rafaela comprou as entradas para o samba, que custa R$ 30, com antecedência. Para os moradores da comunidade, os organizadores fixaram um preço de R$ 10. Do lado de fora da quadra, havia duas rodas de samba para entreter os que não tivessem ingressos.

O morador Alan Barcelos, de 22 anos, que ficou do lado de fora, acompanhando o movimento, diz considerar o evento pouco democrático.

"Samba sempre vai ser bom, ainda mais para a gente que mora no morro e tem isso na veia. Mas isso é um evento para o pessoal da rua subir o morro", afirma. "Acho que deveria ter uma integração maior asfalto-favela, mas não tem como participar porque é caro para a gente."

Funk restrito

Mas, enquanto o samba do Spanta Neném atrai pessoas da classe média e média alta para a favela, o cientista político André Rodrigues avalia que os jovens das comunidades com UPPs perderam um espaço importante de sua sociabilidade com a suspensão dos bailes funk.

"O funk é uma marca cultural da favela, um aspecto forte da formação cultural do jovem", diz Rodrigues, pesquisador associado do Instituto de Estudos da Religião (Iser). "O jovem fica em uma zona de sombra das UPPs. Ele se mantém afastado das novas possibilidades de inserção na vida cotidiana."

De acordo com o capitão Robson Rodrigues, comandante de Polícia Pacificadora, os bailes geralmente são suspensos logo após a ocupação de favelas pelas UPPs, mas depois cabe à comunidade decidir se quer retomá-los e se organizar para adequá-los às regras formais.

"Primeiro, suspendemos o baile rapidamente até entender a sua dinâmica", diz o comandante. "Depois, a polícia não vai dizer que sim nem que não."

"Se eles se propuserem a organizar um evento, têm que se formalizar para isso. Não pode mais ser um baile mambembe com instalações precárias", acrescenta o capitão. "Queremos mudar o cenário de informalidade que era muito propício ao crime."

A Ladeira dos Tabajaras, entre Copacabana e Botafogo, foi a primeira comunidade com UPP a se organizar para se adequar às regras formais. Entre elas, diz Rodrigues, está a lei do silêncio e a exigência de informar o evento ao poder público para que o planejamento de segurança seja feito.

Desde agosto, um baile funk quinzenal voltou a acontecer na favela. De acordo com Reinaldo Reis, presidente da Associação de Moradores do Tabajaras, é importante que o evento volte a ocorrer nessas comunidades para evitar que jovens procurem outras festas, em locais ainda dominados pelo tráfico.

"Quando a gente consegue ter o baile na comunidade pacificada, isso ajuda a preservar a integridade dos nossos filhos e irmãos e traz a cultura para dentro da comunidade", diz Reis. "O baile funk é a raiz da comunidade. É claro que faz falta."

Jazz, turismo e feijoada

Nas favelas com UPPs, outros eventos também têm atraído turistas ou cariocas de outros bairros. No Chapéu Mangueira, no Leme, por exemplo, cerca de 400 pessoas têm frequentado a feijoada que a associação de moradores promove a cada primeiro domingo do mês. De acordo com o presidente da associação, Valdinei Medina, a maioria é de fora da comunidade.

Além da feijoada, passeios ecológicos são oferecidos na favela há cerca de cinco anos, mas Medina diz que a procura aumentou cerca de 60% após a chegada da UPP. A caminhada é seguida de um almoço caseiro na residência de moradores.

No Santa Marta, a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Lazer lançou em agosto o programa Rio Top Tour, que formou monitores para guiar visitantes pela comunidade. No primeiro mês, o programa recebeu 4,5 mil turistas, de acordo com a secretaria.

Shows de jazz também levaram visitantes ao Santa Marta neste fim de ano. O projeto "Jazz nas 5 estações", realizado pela ONG Atitude Social em parceria com a Prefeitura do Rio, promoveu shows gratuitos de Jorge Mautner, Victor Biglione e outros músicos entre outubro e dezembro.

"Foi uma coisa fantástica", diz Pierre Avila, diretor-presidente da ONG Atitude Social. "Você via uma pessoa da favela assistindo a algo que nunca tinha visto, o jazz, sentado ao lado de outra que está acostumada a ver jazz na Lagoa e nunca tinha estado na favela." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PACIFICAÇÃO - Moradores rompem o silêncio, exigem direitos e racionalizam consumo de energia

Com ocupação de favelas, moradores começam a romper o silêncio e exigir direitos; número de denúncias multiplica - o Globo, 18/12/2010 às 20h20m; Vera Araújo

RIO - Em plena era da informática, na qual o e-mail impera como meio de comunicação, moradores dos complexos da Penha e do Alemão, áreas retomadas do tráfico pelas forças de segurança no fim de novembro, usam os métodos mais simples para dar informações. Acostumados à lei do silêncio e ao terror imposto pelo crime, eles recorrem às vezes a pequenos pedaços de papel ou mesmo apenas ao olhar para transmitir uma denúncia aos policiais que ocuparam a região. É um primeiro passo para vencer o medo e exercer a cidadania.

O comandante da força de paz do Exército que atua nos acessos aos complexos, general de brigada Fernando Sardenberg, conta que seus soldados já encontraram pedaços de papel, cuidadosamente dobrados, perto de seus coturnos. Nas mensagens, moradores anônimos informam esconderijos de armas, drogas e bandidos.

No dia 26 de novembro, quando a polícia já tinha ocupado a Vila Cruzeiro, na Penha, e estava preparando a operação para entrar no Complexo do Alemão, o Disque-Denúncia bateu recorde de atendimentos em seus 15 anos de existência: 1.136 ligações, algumas delas indicando armadilhas feitas pelos traficantes para atrapalhar ou matar policiais. Em todo o mês de novembro, foram 12.683 denúncias, quando a média mensal é de nove mil. Já de 20 de novembro, quando começaram os atentados praticados por traficantes, ao dia 8 deste mês, foram 5.341 denúncias referentes aos ataques e 7.970 sobre tráfico (sendo que 2.342 relativas ao Alemão e 899, à Vila Cruzeiro).

- A gente consegue perceber pelo olhar o que os moradores querem dizer - diz o comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo Moraes. - Muitas vezes, eles nos convidam para tomar água e acabam soltando alguma informação, timidamente.


Com UPPs, comunidades passam a receber iniciativas que racionalizam consumo de energia -O GLOBO, 19/12/2010 - Fábio Vasconcellos

RIO - A especialidade de Hilton Rodrigues dos Santos, 65 anos, é mecânica de automóveis. De vez em quando, ganha alguns reais também com lavagem de veículos. Embora um pouco distante do mundo das bombas hidráulicas, esse morador do Morro do Andaraí poderia facilmente ser confundido com um funcionário da Cedae. Há oito anos, ele decidiu se mudar para a casa de máquinas da companhia de abastecimento de água, que fica dentro da comunidade. Foi a forma que encontrou para impedir que traficantes e moradores mal intencionados depredassem os equipamentos, que estavam desativados por falta de manutenção.

A história do morador do Andaraí, comunidade que ganhou este ano uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), sintetiza o drama das áreas que viviam sob o controle de traficantes e milicianos. A ação dos bandidos dificultava a entrada das concessionárias de água e energia ou de suas equipes de manutenção. Sobravam cobranças de taxas extras, ligações clandestinas e uma péssima prestação de serviço.

A entrada de UPPs, por enquanto em 13 favelas, tem provocado mudanças nesse cenário. Além de incentivar as concessionárias a se mobilizarem de olho nessa clientela, tem permitido uma nova relação entre empresas e moradores. E os resultados começam a aparecer. A Favela Dona Marta, primeira comunidade a ser beneficiada com uma UPP, registrava 98% de inadimplência na conta de energia e não contava com o serviço de manutenção adequado da Light. Hoje, 98% das residências estão com as contas em dia.

domingo, 19 de dezembro de 2010

COMUNITÁRIA - JUSTIÇA SE APROXIMA DO CIDADÃO


Comunidades pacificadas do Rio ganham quatro núcleos de justiça comunitária
- Secretaria de Reforma do Judiciário. Jornal do Brasil, 19/12/2010


Quatro comunidades cariocas controladas por Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) ou por forças de segurança pública vão receber núcleos de justiça comunitária. O convênio vai ser assinado amanhã (20), entre a Secretaria de Reforma do Judiciário, do Ministério da Justiça, e a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos.

A instalação dos núcleos será nas UPPs da Cidade de Deus, Morro do Borel, Morro da Providência e no Complexo do Alemão, que vai inaugurar o serviço em fevereiro de 2011.

Será liberada verba de R$ 974,6 mil para financiamento de atividades de capacitação, aquisição de equipamentos, despesas com pessoal e adequações de espaços físicos. O objetivo é garantir o acesso da população aos serviços de justiça e incentivar a redução de conflitos, por meio do treinamento de moradores das comunidades para fazerem a mediação de disputas.

O projeto Justiça Comunitária já funciona em 38 núcleos, em 12 estados. A assinatura do convênio está marcada para as 16h30, na Escola Estadual Tim Lopes, no Complexo do Alemão.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não é só a justiça comunitária que deve se aproximar das comunidade, mas também a justiça coativa se aproximar das UPPs.

sábado, 18 de dezembro de 2010

AÇÃO DE PRESENÇA


Ação de Presença - Uma nova visão - Vanderlei Pinheiro, Diretor do Correio Brigadiano.

A “Ação de Presença Potencial” é a presença rápida, estimulada na pronta resposta e a “Ação de Presença Real” é a presença física do policiamento no local. Estes conceitos, referentes ao policiamento ostensivo foram retirados do blog do coronel Bengochea (www.bengochea.com.br), se originam do Manual Básico do Policiamento Ostensivo, conhecido nacionalmente como MBPO e adotado por todas as PMs brasileiras, na década de 80.

Houve muitas edições do manual MBPO, em cada unidade da Federação e a partir da metade da década de 90, com modificações determinados pelos conceitos da abertura política. Na primeira versão do MBPO o conceito não era um modelo proposto para ser adotado. Não, ele era a descrição de um modelo que estava sendo empregado desde o início da década de setenta e final de sessenta. Foi o momento de gravar o praticado nas regiões sul e sudeste e tentar replicá-los para as demais regiões do Brasil.

O texto original descrevia na página 5, como artigo IV, Características do policiamento ostensivo, 1-30. AÇÃO DE PRESENSA: “É a manutenção que dá à comunidade a sensação de segurança, pela certeza de cobertura policial-militar. Ação de presença real consiste na presença física do PM nos locais onde a probabilidade de ocorrência seja grande. Ação de presença potencial é a capacidade do Policiamento Ostensivo, num espaço de tempo mínimo, acorrer ao local onde a ocorrência policial-militar seja iminente ou já tenha surgido.”

O espírito da ação de presença vigora até ainda hoje. As modificações posteriores só fortaleceram essa forma de pensar e fazer polícia ostensiva. Até por que o ideal de policiamento vigente, não só pela população, mas também pelos técnicos das organizações policiais é o da utopia de um policial em cada esquina. Postura técnica conseqüente do texto proposto pelo MBPO ainda vigente. Isso foi agravado pois desde o início do século XXI houve uma redução dos efetivos policiais e um aumento de demanda dos serviços policiais. Isso de certo modo veio reforçar a teoria de validade da ação de presença real.

No entanto a complexidade da necessidade aumentada dos serviços policiais com um mínimo de efetivo obrigou a novas técnicas de emprego do pessoal. Haveria de ser feito mais com menos. A teoria de patrulhas americanas, que nunca conseguiu ser aplicada pelas PMs, pode ser o instrumento inconsciente usado na solução. Solução que não se encontra dentro do conceito de ação de presença, mas que lhe é conexo. Ação preventiva e os programas de prevenção conseguem se não suprir, mas antecipar, a solução de problemas sociais localizados de indivíduos no grupo social. Ao mesmo tempo produzem a sensação de segurança a grupos de pessoas da comunidade de modo mais eficiente que o simples estar na esquina, além de propiciar a solução ou equacionamento mais efetivo de pequenas infrações e delitos ocorridos.

Há desconexão das ações de presença preventiva com as ações já manualizadas de presença real e presença potencial. No entanto, as organizações vivem realizando ações de prevenção fora de uma sistemática institucional que não seja a dos programas preventivos agregados e até marginais a estrutura institucional. O maior exemplo pode ser feito através das escalas de serviços e de benefícios que são legalmente gerados aos executores dos serviços. Todo o serviço de patrulhamento, ou seja, atividade fim (presença real) e das patrulhas de reação (presença potencial) ocorre através de escalas. Essas escalas são o instrumento válido para o saque de vantagens que vão refletir o ganho do policial militar em seu contracheque. As escalas definem o serviço da presença real e potencial dos policiais.

Por outro lado, os policiais que trabalham em programas de prevenção sejam ministrando palestras sobre segurança em associações de bairro ou comunidades, ou em escolas e outros locais, bem como os integrantes do Proerd (Programa de Resistência às Drogas e a Violência) ou similares, não são considerados em trabalho da atividade fim. Este tipo de situação está fora da escala tradicional de serviço. E, por conseqüência, o saque muitas vezes, com justiça que a eles é feito, pode ser ilegal por não estar definido nas categorias de serviços da atividade fim da organização. E os próprios PMs das escalas ordinárias tradicionais não entendem como válido esse procedimento, como se não fosse uma atividade necessária e importante para o conjunto de procederes indispensáveis para se fazer polícia.

Assim, carece a organização policial de um decreto ou lei que regule as atividades preventivas e as equipare com os serviços de escala tradicionais de atividade fim. Também é necessário que a organização policial consiga criar as escalas de serviços policiais preventivos e incluí-los na 1ª parte dos Boletins Internos das Unidades e Comandos de Áreas. Mas acima de tudo se faz necessário e, deve partir dos oficiais, que se comece a cultura da prevenção com seus instrumentos e ações. E, principalmente, façam-se medições, por mais precárias que sejam, de modificações em incidências que podem ter acontecido por estes trabalhos preventivos.

Só a atividade preventiva em larga escala e com recursos de massificação, feita sob controle e com planejamento estratégico, será capaz de proceder a diminuição da presença real, circunscrevendo-a somente aos locais de risco potencial ou de permanente ou eventual reunião de pessoas. Tal procedimento, em escala permitirá que se opere como prevê a doutrina de patrulhas americana, através das atividades de “inspeção de locais” e de “vigilância móvel”, executadas não em paralelo, mas por grupos específicos e até ao mesmo tempo.

O antigo MBPO em sua página 7, como um princípio do policiamento ostensivo, sob o conceito de 1-37. ANTECIPAÇÃO está tratada a Ação Preventiva, nos seguintes termos: “A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito predominantemente preventivo do Policiamento Ostensivo, a iniciativa de providências estratégicas, táticas e técnicas, destina-se a minimizar a surpresa, caracterizar um clima de segurança na comunidade e fazer face ao fenômeno da evolução de criminalidade com maior presteza.” O conceito é pouco claro para sua aplicação na prática, mas não é conflitante com o que está proposto, ao contrário um princípio tem a idéia da permanência enquanto como ação de presença preventiva estaria na categoria de variáveis na estrutura do MBPO. A “antecipação”, enquanto conceito do MBPO tem validade somente para as questões de operações específicas.

Ação de presença preventiva deve ser estruturada e definida por legislação; sua aplicação deve ser prática nas escalas de serviço; e seu controle deve ser um preceito obrigatório na administração das polícias ostensivas. E constando do cotidiano do serviço policial será objeto de aperfeiçoamento constante e aprimoramento da doutrina PM.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

NATAL LEGAL DO 24 BPM DA BM/RS

NATAL LEGAL DO 24 BPM-CPC- DA BRIGADA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - MAJOR PAULO FRANQUILIN 92880182 por email.

HOJE, dia 17 de dezembro de 2010,sexta-feira a partir das 17 horas, acontece o NATAL LEGAL do 24º BPM, na Rua Roberto de Souza Feijó, em frente a Sede do Batalhão, com a entrega de presentes para 500 crianças carentes do município de Alvorada.

Serão apresentadas diversas atrações para as crianças na Praça Central JoãoGoulart, iniciando com o Grupo de Flautas PRIMA com músicas natalinas, em seguida os PMs MIRINS farão a entrega de 100 presentes para uma entidade assistencial do município, depois 60 crianças de duas creches comunitárias receberão seus presentes de 60 padrinhos da comunidade, em seguida haverá apresentação dos cães do Canil do BOE, passeios em cavalos do 4º RPMon.

A chegada do Papai Noel, num caminhão de Bombeiros está prevista para as 18 horas, que após distribuirá 300 presentes para as crianças da comunidade na Galpão do Piquete do 24º BPM "Guardiões da Querência", sendo instaladas diversas barracas para distribuição de pipoca, algodão doce, cachorro-quente e refrigerantes às crianças, com a presença de bandas de escolas, palhaços que distribuirão doces e balões para a criançada.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

FAZENDO A DIFERENÇA


"Certa feita, num lugar incerto, um velho sábio caminhava pela beira da praia numa linda manhã primaveril e, a cada passo dado, abaixava-se, pegava uma estrela-do-mar que a maré colocara na praia e jogava-a de volta ao mar. Eis que apareceu, praticando jogging, um jovem classe média alta, com seus tennys multicolorido, mp4 e boné estrangeiro. Ao ver o velho parou e perguntou-lhe:- O que tá fazendo 'véio'?

O sábio respondeu ao imaturo que apenas estava ajudando as estrelinhas que, durante à noite, Poseidon tinha deixado à margem da praia e que, muito embora perseverantes, não conseguiam voltar ao seu habitat.

Com ar debochado e arrogante o imaturo deu uma 'baita' risada e vaticinou:- Mas tu não 'tá' vendo que são milhares e milhares? Não fará diferença alguma tua ação!

O Sábio abaixou-se mais uma vez, pegou mais uma estrela, jogou-a ao mar e candidadmente respondeu ao tolo:- Fiz diferença para essa aí..."


Conforme anunciado, dia 21 de dezembro próximo, o 9º BPM estará na Vila CHOCOLATÃO, organizando uma FESTA NATALINA para cerca de 250 crianças que ali convivem com suas mais de seiscentas famílias paupérrimas. O objetivo é possibilitar, ainda que minimamente, um pouco de conforto, prazer e alegria àqueles pequeninos que durante o ano inteiro convivem à margem de uma sociedade que lhes NEGA DIGNIDADE, CIDADANIA e AMOR FRATERNO!

A intenção é ofertar brinquedos, diversões (cama elástica, pula-pula, músicas) pipócas, referigerantes, cachorro-quente, balas e pirulitos, além de distribuir cerca de 250 kg de alimentos não-perecíveis e já arrecadados.

A IBCM estará dando apoio ofertando exames preliminares e profiláticos na área da saúde, sobretudo a bucal. Cortar cabelos, fazer maquiágens, pintar unhas, balões, tudo isso é possível de se realizar quando se tem pessoas com vontade e compromissadas com seu próximo.

No momento, a unidade está coletando brinquedos para crianças de 6 meses a 12 anos e colocará uma CARROCINHA DE PIPOQUEIRO para produzir pipocas para a gurizada!

O 9º BPM pede voluntários para ceder seu labor, seu tempo e seu amor por tão nobre causa. O contato pode ser pelos telefones 32898321 ou 78120011 ou por email com Tenente Claudio BAYERLE, Gerente Polícia-Cidadã 1ª Cia - bayerlec@yahoo.com.br

A recompensa??? IMPAGÁVEL ver olhinhos inocentes brilhando com um brinquedo, um pedaço de pão e um abraço descompromissado e afetuoso!

FAÇA A DIFERENÇA.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

UMA NOVA REALIDADE COM AS UPPs

Uma nova realidade com as UPPs - Editorial O Globo, 14/12/2010 às 19h30m

A reação positiva dos moradores de favelas beneficiadas pelas Unidades de Polícia Pacificadora é a maior evidência do acerto da política de aquartelamento de efetivos da Polícia Militar para resgatar áreas da cidade subjugadas pelo crime organizado. A extensão de tal apoio, perceptível na relação das comunidades com a PM desde o início dos movimentos de ocupação, pode ser também medida pelos números que saltam de um levantamento do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, cujos indicadores são mostrados na série de reportagens que O GLOBO começou a publicar domingo. Além da esperada adesão da população às UPPs nas áreas já beneficiadas, o estudo revela que também nas favelas onde tais unidades ainda não foram implantadas elas são inquestionavelmente aprovadas.

De acordo com a pesquisa, 92% dos moradores das favelas com UPPs as aprovam; nas comunidades que ainda não foram beneficiadas o percentual chega a 77% - ou seja, nestas áreas é inegável que a população local reclama a chegada da PM. Destes números resulta a constatação de que o estado dispõe inequivocamente de um programa capaz de mudar o perfil da segurança pública não só nas favelas, mas, pelo estrangulamento do crime organizado, em praticamente todo o Rio de Janeiro.

O levantamento do IBPS contém outros números, dos quais se pode inferir que as UPPs também ajudam a mudar a percepção da polícia. Isso se deve a fatores como a melhora nos indicadores de segurança da população beneficiada, e a própria convivência dos policiais nas comunidades. Segundo a pesquisa, em favelas resgatadas pela força pública a confiança na PM é mais que o dobro da registrada em áreas ainda não pacificadas (60% contra 28%).

Essas evidências de acerto estimulam uma especulação: é viável implantar UPPs em todas as favelas do Rio? Uma avaliação dos gastos estimados com as unidades de ocupação, que o jornal publicou ontem, mostra que se trata de ideia factível. Tomando por base o custo e o emprego de efetivos nas 13 UPPs já implantadas, estima-se que seriam necessários menos de 11 mil homens para ocupar as 107 favelas do Rio, com um investimento de R$ 321 milhões por ano - o equivalente a um milésimo do Produto Interno Bruto do estado. Obviamente, o governo não precisa trabalhar com a expectativa de ocupar todas as comunidades. Pela própria dinâmica da retomada de áreas subjugadas, aliada a ações de inserção do poder público nessas regiões, com serviços de inclusão na cidadania, haverá nas favelas um natural refluxo do crime organizado a níveis compatíveis com os de uma sociedade que mantém o banditismo sob controle.

A criação das UPPs, num primeiro momento de reação do Estado em defesa da sociedade contra as quadrilhas de traficantes ou de milicianos, e a ocupação do bunker do tráfico no Complexo do Alemão mostram que o governo estadual está no caminho certo. E abrem espaço para novas relações do poder público com regiões em que há históricas demandas de inversões urbanísticas. Neste sentido, por exemplo, o prefeito Eduardo Paes já anunciou que pretende recuperar bairros vizinhos aos complexos da Penha e do Alemão. O Rio tem pela frente, portanto, a oportunidade de mudar radicalmente seu perfil de segurança, social e urbanístico. Que não se perca tal momento.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PROJETO FAVELA LIVRE DÁ VOZ AOS MORADORES.


Governador, prefeito e especialistas elogiam projeto do GLOBO para dar voz a moradores das favelas do Rio - O GLOBO, 12/12/2010 às 22h59m; Flávia Milhorance

RIO - O lançamento do projeto Favela Livre, iniciativa do GLOBO para que moradores de favelas contem suas histórias via blog, Twitter ou Orkut, foi recebido com otimismo ontem pelo governador Sérgio Cabral. Para ele, trata-se de um projeto voltado para a cidadania.

"O novo blog do GLOBO é uma dessas boas iniciativas que se somam às ações cidadãs no Rio de Janeiro" disse Cabral. O nosso governo manterá o compromisso de levar a pacificação às comunidades ainda sob domínio do poder paralelo, sempre com um trabalho de inteligência, planejamento e parcerias necessárias. Seguiremos em frente, sem recuo no caminho da pacificação.

Para o prefeito Eduardo Paes, o projeto é um espaço "importante de liberdade de expressão do cidadão", além de ajudar no processo de levar serviços às comunidades:

"Mais do que publicar histórias de uma triste realidade, ele pode e deve ser um aliado deste momento de transformação e esperança que o carioca está vivendo."

Durante a retomada da Vila Cruzeiro e do Alemão, o Disque-Denúncia bateu recordes de telefonemas. Em apenas um dia (26 de novembro), o serviço recebeu mais de duas mil ligações. Mesmo sem ter o objetivo de denunciar crimes - esse tipo de informação será encaminhado à polícia -, o Favela Livre será importante para intensificar a participação popular, segundo o coordenador do serviço, Zeca Borges:

"As pessoas vão se acostumando a usar o direito de denunciar, é um exercício de cidadania. Nossa experiência mostra que, quando há uma sintonia entre população, imprensa e polícia, a situação fica pior para o criminoso."

Para o diretor-executivo do movimento Viva Rio, Rubem César Fernandes, o Favela Livre vai se somar a veículos que já mostram a rotina das favelas:

"O GLOBO tem um impacto grande e a capacidade de falar com a opinião pública, portanto será um canal muito importante no difícil processo de integração das favelas, que foi prejudicado pela violência do tráfico ao longo dos anos."

Renato Lima, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, frisou que o Favela Livre aproxima "o que há de mais atual em termos de tendência de comunicação e redes sociais de um universo antes dominado pelo medo".

"Como sabemos, a informação tem o poder de transformar mentes e corações. Oxalá estejamos inaugurando um momento virtuoso nas favelas cariocas, no qual a liberdade e a paz sejam conquistas da democracia brasileira."

domingo, 12 de dezembro de 2010

UPPs - É ALTO O NÍVEL DE APROVAÇÃO


COMBATE AO CRIME. Pesquisa mostra alta aprovação das UPPs em favelas do Rio - Por Fábio Vasconcellos, do GLOBO - Jorge Antônio Barros, Reporter de Crime.

A instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em favelas até então controladas por traficantes e milicianos melhora a segurança da população e também a própria relação dos moradores com a Polícia Militar. Um estudo encomendado pelo GLOBO ao Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) mostra que as UPPs são amplamente aprovadas em favelas com e sem as unidades de pacificação(92% e 77%, respectivamente). Por outro lado, em locais com UPPs, a confiança na PM é mais que o dobro da registrada em favelas ainda não pacificadas (60% contra 28%).

O percentual de pessoas que afirmam não confiar na PM é maior, por outro lado, nas comunidades que não foram beneficiadas pelas UPPs (28% contra 13% das que contam com as unidades de polícia). A pesquisa do IBPS foi realizada por telefone na semana passada, com 800 moradores de favelas (400 onde há UPPs e 400 onde não há UPPs). A intenção foi obter a avaliação dos moradores sobre questões da área da segurança pública.

Com relação ao impacto das ações de retomada dos complexos do Alemão e da Penha, a pesquisa revela que a maioria dos moradores de comunidades com ou sem UPPs aprovou a operação: 93% e 89%. Os entrevistados também são favoráveis à participação das Forças Armadas no combate ao tráfico (92% com UPP e 90% sem UPP). Mas o apoio à permanência dos militares nas favelas muda um pouco.

Para 70% daqueles de vivem em áreas sem UPPs, o Exército deveria ficar permanentemente no local. Já os que moram em favelas com UPPs, somente 47% têm esta opinião. A diferença, segundo o IBPS, demonstra que os entrevistados beneficiados pelas UPPs sabem que é possível fazer a pacificação sem a presença de outras forças de segurança. Nessas comunidades, 45% disseram que são favoráveis à permanência dos militares até que a polícia controle a situação.

Reivindicação pelo estado de direito

O instituto perguntou também se os moradores de áreas sem UPPs aprovariam a instalação dessas unidades na sua comunidade: 79% disseram que são amplamente favoráveis ou favoráveis. Apenas 4% afirmaram ser contrários.

— A pesquisa derruba de vez o mito de que as comunidades são contra as forças de segurança. Há claramente um apoio maciço à presença do Estado. É uma reivindicação silenciosa pelo estado de direito. Mostra também que as comunidades tinham uma relação muito difícil com a polícia. A população sofria duplamente tanto com a presença dos traficantes, quanto pelas ações esporádicas da PM — ressalta o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do IBPS.

Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a maior aprovação da Polícia Militar onde existem UPPs indica a importância de um policiamento que tenha como foco a aproximação com os moradores e o estabelecimento de laços de confiança. O governo já instalou 13 UPPs, que beneficiam diretamente cerca de 231 mil pessoas.

Pelos cálculos da secretaria, o número chega a cerca de 500 mil se considerado o entorno das comunidades agora pacificadas.

— Os policiais de UPPs são os mesmos e estão todos os dias numa mesma localidade.

Isso é bem diferente de um modelo no qual o cidadão vê um policial num dia e, no outro, ele já não sabe quem é. Num ambiente relativamente de paz, como no caso das comunidades com UPPs, a relação do policial com os moradores se desenvolve melhor. Daí esta confiança — observa Beltrame.

Na opinião de William Silva, presidente da Associação de Moradores da Favela da Fazenda, que integra o Complexo do Alemão, a retomada da área pelo estado foi aprovada pela comunidade. Ele acrescenta que a população local espera a instalação da UPP, mas que a medida não será suficiente se outras ações complementares não forem feitas:

— Os moradores aprovaram a ação das forças de segurança e também são a favor das UPPs. Afinal, quem é contra a paz? Mas tudo isso precisa ocorrer juntamente com programas e ações sociais, caso contrário toda a parte de segurança será vista com desconfiança pelos moradores.

O secretário de Segurança acredita que os números da pesquisa indicam também que está em curso um processo de retomada da esperança, que tem afetado as expectativas dos moradores ainda não beneficiados pelas UPPs. Isto se revela, segundo ele, no desejo da população em não somente apoiar as unidades de pacificação, como querer que seja instalada uma na sua comunidade.

— Desde que fizemos a primeira UPP, no Santa Marta, passamos a mexer com uma coisa muito importante, que é o sentimento de esperança dos moradores. As pessoas que vivem em áreas ocupadas por traficantes viram nas comunidades que agora têm UPP ser possível mudar a realidade. Por isso temos feito esse programa no seu devido tempo, para que ele não desmorone — ressalta Beltrame.

Outra resposta da pesquisa indica que os moradores ainda têm receio de expressar livremente suas opiniões. A diferença entre favelas com e sem UPP não foi tão expressiva: (46% com UPP, contra 36% sem UPP). A diferença na percepção da liberdade de opinião, na avaliação de Beltrame, mostra que ainda é preciso tempo para que os moradores sintam que não enfrentarão qualquer resistência dentro das comunidades:

— Este é um processo que leva tempo. Não será mudado do dia para a noite, até porque, nas comunidades com UPPs, ainda vivem parentes e pessoas ligadas a traficantes. É claro que o morador está atento a isto. Com o tempo, este sentimento quanto à liberdade de opinião tende a crescer.

Morador há um ano da Favela da Grota, no Alemão, Carlos Lopes da Silva acredita que sua vida pode melhorar com a instalação da UPP.

— Fui ao Santa Marta e ao Pavão-Pavãozinho e vi que as coisas realmente mudaram. Aprovamos as medidas tomadas recentemente no Alemão, mas alguns policiais desrespeitaram os moradores. Queremos liberdade de opinião, mas também respeito na nossa comunidade.

Acho que o policial de uma UPP é mais preparado — diz Silva.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PMS MIRINS - ALVORADA FORMA MAIS UMA TURMA.

24 BPM DE ALVORADA FORMA 57 PMS MIRINS

NA SEXTA FEIRA, DIA 10 DE DEZEMBRO, AS 17HORAS, NO GINASIO DO PEDRA BRANCA FC, O 24 BPM REALIZA A FORMATURA DO PM MIRIM DE ALVORADA, QUANDO 57 PM MIRINS RECEBERAO O CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO CURSO PM MIRIM.

O CURSO FUNCIONOU NA SEDE DO BATLHÃO DESDE AGOSTO DE 2010, QUANDO OS ALUNOS TIVERAM AULAS DE CIDADANIA, EDUCAÇÃO FISICA,ESPORTES, ALÉM DE RECEBEREM NOÇÕES HIERARQUIA, DISCIPLINA, ORDEM UNIDA, TENDO APRENDIDO A CANTAR DIVERSOS HINOS E CANÇÕES, ALEM DE TEREM PARTICIPADO DE DIVERSOS PASSEIOS E VISITAS AO LONGO DO 2º SEMESTRE DESTE ANO.

O PROJETO - INVESTINDO NO FUTURO - Major Paulo Cesar Franquilin Pereira

Se quisermos adultos educados, livres de vícios e não violentos devemos investir nas nossas crianças, começando pela educação familiar, passando pela formação escolar e encerrando na motivação para prática de atitudes sadias e obediência ao regramento legal.

A Brigada Militar faz sua parte investindo na formação dos cidadãos do futuro, aqueles que terão a responsabilidade de conduzir os destinos de nossa sociedade quando atingirem a idade adulta, nos próximos anos.

Realizamos no dia 30 de novembro, no Ginásio Municipal de Alvorada a solenidade de Formatura do PROERD, nosso Programa de Erradicação das Drogas, onde 2072 alunos da rede escolar, com representantes de dezoito escolas municipais, estaduais e particulares, receberam seus Certificados de Conclusão do Curso, que funcionou no 2º semestre de 2010.

Estes alunos receberam aulas de policiais militares do 24º BPM com a finalidade de orientá-los quando aos efeitos e malefícios do uso de drogas, tanto as lícitas, como álcool e ilícitas, como o crack, orientando para uma vida saudável e segura, longe das drogas, como já havia ocorrido com outros 2 mil alunos no primeiro semestre.
Desta forma, concluímos o ano de 2010 com mais de quatro mil crianças e adolescente, com idades entre 8 e 16 anos, devidamente orientadas e preparadas para influenciar positivamente suas respectivas famílias e amigos, numa rede de cidadania dentro da comunidade de Alvorada.

Encerraremos no dia 08 de dezembro, o Quartel Legal 2010, quando mais de cinco mil crianças visitaram nosso Batalhão, tendo oportunidade de conhecer a realidade do policial dentro de seu ambiente de trabalho, com passagem pelos diversos setores, podendo ter contato com viaturas e rádios, numa forma lúdica de aproximação e confiança entre comunidade e policiais militares.

Foram realizadas, ainda, palestras Anti-Bullying nas escolas, como forma de prevenir os atos de discriminação e violência física e psicológica entre os alunos destas escolas, tivemos ainda a preocupação em participar de dezenas de reuniões comunitárias, com os mais diversos segmentos da comunidade.

Temos ainda a primazia de formar no dia 10 de dezembro, no Ginásio do Pedras Brancas os PM Mirins do 24º BPM, com uma turma de 57 alunos, com idades entre 06 e 12 anos que tiveram ao longo do 2º semestre aulas com policiais militares sobre cidadania, hierarquia, disciplina, aprendendo a marchar, cantar hinos, recebendo aulas de educação física e tendo noções de defesa pessoal.

Assim investimos no futuro da comunidade de Alvorada, fazendo nossa parte na formação da cidadania e melhoria da segurança pública de nosso município, sabendo das diversas atividades culturais e sociais que são praticadas por diversas entidades e instituições públicas e privadas, as quais deixo de citar pela preocupação em esquecer de alguma, mas a comunidade sabe quem são aqueles que dentro de nosso município preocupam-se em investir no futuro.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

PACIFICAÇÃO - RIO INAUGURA UPP NO MORRO DOS MACACOS, VILA ISABEL, RJ.

Inaugurada a UPP do Morro dos Macacos, em Vila Isabel - 30/11/2010 às 11h37m; Renata Leite e O Globo - 30/11/2010

RIO - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, estão no Morro dos Macacos inaugurando a 13ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A unidade atenderá também as comunidades Pau da Bandeira e Parque Vila Isabel, beneficiando 27 mil pessoas da comunidade e entorno. Segundo a secretaria de Segurança, 228 policiais trabalharão na unidade, que será comandada pelo capitão Felipe Barreto.

No dia 17 de outubro completou um ano do intenso tiroteio no Morro dos Macacos, que culminou com a queda de um helicóptero da polícia . Com a explosão da aeronave, três policiais morreram.

Em seguida, o projeto de pacificação será levado para o Morro São João, no Engenho Novo, com bases avançadas nas comunidades da Matriz (ao lado) e do Quieto (em frente) , anunciou segunda-feira o governador Sergio Cabral. Para cobrir toda a região, numa terceira etapa - cujo cronograma ainda não foi divulgado -, serão beneficiados morros como o do Encontro e da Cachoeirinha, já mais perto do Lins de Vasconcelos.

UPP da Mangueira estava prevista para novembro

A ordem das comunidades que receberão UPPs deverá ser alterada por causa da operação no Complexo do Alemão . Em outubro, o governador anunciara que a Mangueira seria ocupada um mês depois do Macacos. Ou seja, a comunidade do Maracanã seria pacificada até o fim de novembro. A Secretaria estadual de Segurança não comenta sobre prazos ou a ordem das comunidades que receberão UPPs. Já o coronel Robson Rodrigues da Silva, comandante do Comando de Polícia Pacificadora, explicou que o planejamento de implantação das unidades tem uma certa flexibilidade. Ele lembrou que a operação no do Alemão não estava prevista para acontecer em novembro.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

QUANDO O ESTADO QUER, O ESTADO FAZ!

QUANDO O ESTADO QUER, O ESTADO FAZ! - Por Dagberto Reis, Blog do Dag, 29/11/2010

O Estado que arrecada , e arrecada muito,deve,ou deveria, devolver estes impostos em forma de politicas públicas para melhorar a vida das pessoas. Trata-se de um principio democrático do verdadeiro Estado.

Nem sempre ocorre assim. No entanto, quando o Estado realmente quer o Estado faz, porque o Estado pode. A prova esta na ação desencadeada no Rio de Janeiro na Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão,onde o poder paralelo dos chefões do trafico de drogas, há muito tempo desempenhava o papel do Estado a sua maneira na base do terror explorando as deficiências do Poder Público que não cumpre o seu verdadeiro compromisso de cuidar da vida das pessoas. Bastou uma reação forte do Estado ao criar as Unidades de Policia Pacificadoras-UPPs- para que o trafico nervoso desse sinais de que estava acuado.Iniciava ali uma verdadeira guerra civil e o Estado organizado com todos os seus entes mostrava então a sua força vencendo duras batalhas onde contou com o apoio da população, sedenta por paz.

A guerra contra o trafico esta longe de ser vencida. Agora o Estado além da segurança e da reconquista da confiança da população com o policiamento comunitário, precisará investir em infra-estrutura urbana, saúde, educação, cultura e lazer nestas comunidades para que então possa ganhar a guerra.

Certamente não será uma tarefa fácil, mas o caminho foi aberto, comprovando que quando existe a vontade politica para a transformação não existe mudança impossivel e o verdadeiro Estado democrático e de direito pode ser restabelecido.

Para que tudo de certo, tanto no Rio de Janeiro, quanto em qualquer lugar deste Brasil, é preciso que o Estado seja muito mais do que um mero arrecadador de impostos.

A implantação de politicas sociais que dialoguem com aquilo que deseja a população,beneficiando aqueles que mais precisam, permitindo o equilíbrio social e econômico, podem ajudar a realmente mudar este quadro.Do contrário teremos apenas uma trégua com retorno anunciado.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Realmente. Quando o Estado quer, o Estado faz! Só que para muitos "especialistas" o "Estado" é apenas o Executivo. Esquecem que o "ESTADO" é uno e indivisível e funciona através dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Um complementando o outro e cada um com uma função precípua. Existem muitas mazelas que impedem o funcionamento da justiça, aumentam a desconfiança no Congresso e nos políticos e estimulam cobranças abusivas de impostos sem contrapartida em serviços públicos.

ENTRETANTO, QUANDO ESTE TRÊS PODERES SE UNEM, ENTRAM EM HARMONIA E ATUAM INTEGRADOS, UNS COMPLEMENTANDO OS OUTROS, NÃO HÁ RESISTÊNCIA.

SEGURANÇA PÚBLICA É UM CONJUNTO DE AÇÕES E PROCESSOS ADMINISTRATIVOS, JURÍDICOS E JUDICIAIS VISANDO A PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA (PAZ SOCIAL), DA VIDA E DO PATRIMÔNIO DAS PESSOAS.

O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO É UM TIPO DE POLICIAMENTO QUE FACILITA A INTEGRAÇÃO POLÍCIA-COMUNIDADE NA PREVENÇÃO E CONTRA O CRIME. AS UPPS RECEBEM ESTE NOME SUGESTIVO PORQUE REPRESENTA A PACIFICAÇÃO DO RIO.

EM LIVRAMENTO, FOI FÁCIL IMPLEMENTAR A FILOSOFIA DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO, POIS ENCONTREI ÓTIMOS POLICIAIS E LÍDERES COMUNITÁRIOS COM ESTE ESPÍRITO E DEDICAÇÃO ÀS COMUNIDADES. POR ISTO, ATINGIMOS UM SUCESSO EM POUCO TEMPO. PENA QUE NÃO TEVE CONTINUIDADE.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

POLICIAMENTO DE PROXIMIDADE - A BM JÁ APLICAVA ESTA IDÉIA EM 1960

ESTA NOTA É PARTE DA INFORMAÇÃO QUE FOI ENCAMINHADA PARA O JORNALISTA MARCOS ROLIM, AUTOR DO ARTIGO "POLÍCIA DE PROXIMIDADE". GENTILMENTE, ELE RESPONDEU QUE IRÁ AS IRÁ UTILIZAR. Jorge Bengochea

SÓ PARA TE DAR UMA IDÉIA SOBRE ESTA FILOSOFIA DE POLICIAMENTO NA BRIGADA MILITAR, INFORMO QUE:

EM 1960, ANTES DA DITADURA, O ENTÃO TENENTE LUIZ IPONEMA (UM OFICIAL AFRODESCENDENTE) JÁ PRESCREVIA A FILOSOFIA DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NO SEU MANUAL DE INSTRUÇÃO POLICIAL PARA DESTACAMENTOS.

http://policiamentocomunitario.blogspot.com/2007/11/os-pioneiros-da-bm-policiamento.html

NA DITADURA, QUANDO A BM RECEBEU A INCUMBÊNCIA DO POLICIAMENTO OSTENSIVO, OFICIAIS DA BM FORAM ATÉ OS EUA DE ONDE TROUXERAM AS CARACTERÍSTICAS, PRINCÍPIOS E VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO, CUJO CONTEÚDO ÉRA MINISTRADO EM TODAS AS ESCOLAS DA BRIGADA MILITAR.

http://policiamentocomunitario.blogspot.com/2007/10/policiamento-ostensivo-caractersticas.html

SÃO FUNDAMENTAIS PARA O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO (OU DE PROXIMIDADE) A CARACTERÍSTICA "AÇÃO DE PRESENÇA", OS PRINCÍPIOS "RESPONSABILIDADE TERRITORIAL" E "CONTINUIDADE", E A VARIÁVEL MODALIDADE "PERMANÊNCIA".

POIS É, PARECE QUE ESQUECERAM TUDO DISTO. SUMIU O POSTO DE POLICIAMENTO, O PONTO BASE, A RESPONSABILIDADE TERRITORIAL DO GPM, O CONTROLE DAS OPMS PELAS SALAS DE OPERAÇÕES E O CONTROLE DA BRIGADA MILITAR PELO CENTRO DE OPERAÇÕES POLICIAL MILITAR. RESTARAM INICIATIVAS ISOLADAS QUE QUE TENTAM RESGATAR ESTA APROXIMAÇÃO PELO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO, MAS FALTAM EFETIVOS, DESTACAMENTOS DE BAIRRO E POLÍTICAS DE DESCENTRALIZAÇÃO, PREJUDICADAS AINDA MAIS PELA RESISTÊNCIA DE ALGUNS, TRANSFERÊNCIAS E REMANEJOS QUE IMPEDEM A CONTINUIDADE DA FILOSOFIA.

O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO É UM TIPO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO QUE PREGA A APROXIMAÇÃO E O COMPROMETIMENTO COM O LOCAL DE TRABALHO E TEM SUA ORIGEM NOS KOOBANS.

FOI ADAPTADO PELOS AMERICANOS COMO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E PELOS FRANCESES E ESPANHOIS COMO POLÍCIA DE PROXIMIDADE, DESCENTRALIZANDO E ATRIBUINDO RESPONSABILIDADE AOS CHEFES DE DESTACAMENTOS NOS BAIRROS.

NO BRASIL E NO RS, A PRIMEIRA IDÉIA QUE CHEGOU FOI O POLICIAMENTO DE QUARTEIRÃO. COMO OUTROS QUE ADERIRAM, EU COMECEI AÍ, EM 1985, EM SÃO LUIZ GONZAGA, APLICANDO ESTE TIPO DE POLICIAMENTO.

SÓ MAIS TARDE A IDÉIA FOI SUBSTITUÍDA PELO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO POR INFLUÊNCIA DOS AMERICANOS QUE APORTARAM NO RIO E SÃO PAULO. LEE BROW FOI ESQUECIDO E A ESTRATÉGIA DA TOLERÂNCIA ZERO COMEÇOU A DOMINAR. EU APLIQUEI O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO EM CRUZ ALTA, PASSO FUNDO E SANTANA DO LIVRAMENTO.

O PROGRAMA "TOLERÂNCIA ZERO" NÃO FUNCIONA NUM PAÍS QUE TEM A SOCIEDADE DO JEITINHO, UMA CONSTITUIÇÃO ESDRÚXULA E BENEVOLENTE, LEIS FRACAS E JUSTIÇA MOROSA, BUROCRATA E TOLERANTE. SERIA FAZER DA POLÍCIA O JOÃOZINHO DO PASSO CERTO.

O RELATÓRIO LEE BROWN DE 1990 (TRADUZIDO POR MIM E DISPONÍVEL EM PDF) NO SITE BENGOCHEA.COM, MOSTRA UMA QUESTÃO IMPORTANTE DE ESTRATÉGIA OPERACIONAL DA POLÍCIA OSTENSIVA. LEE BROW, ENTÃO COMISSÁRIO CHEFE DO NYPD, OBSERVOU QUE, AO PRIORIZAR O POLICIAMENTO MOTORIZADO INVESTINDO EM VIATURAS, OCORREU UM FENÔMENO EM NOVA IORQUE - A POLÍCIA SUMIU DAS RUAS.

http://blogdainseguranca.blogspot.com/2010/11/ausencia-noturna-do-policiamento-nas.html

NÃO É MUITA COINCIDÊNCIA!?!?

POIS, É. AS GUARNIÇÕES MOTORIZADAS FICARAM LIVRES E SUMIRAM DAS RUAS. LEE BROWN ENTÃO LIMITOU O ESPAÇO DE RESPONSABILIDADE DAS GUARNIÇÕES VOLTADAS AO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO DE BAIRRO E IMPLEMENTOU A ESTRATÉGIA DE PATRULHAS DE RESPOSTA RÁPIDA COLOCADAS EM PONTOS ESTRATÉGICOS PARA APOIO E REFORÇO. ESTA MEDIDA FEZ RETORNAR A VISIBILIDADE DO POLICIAMENTO OSTENSIVO.


QUANTOS ÀS UPPS. ESTAS SÃO BOAS IDÉIAS, MAS ESTÃO SE TRANSFORMANDO EM ILHAS DA FANTASIA POR TERMOS NO BRASIL UM JUDICIÁRIO LENTO, BUROCRATA, DISTANTE, AUSENTE E DESCOMPROMISSADO NAS QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA, E POR SER SER UMA ESTRATÉGIA ISOLADA SEM SISTEMA E SEM AMPARO DE LEIS FORTES E EMERGÊNCIAIS PARA COMBATER A GUERRA DO RIO. NÃO SE PODE PENSAR EM SEGURANÇA PÚBLICA DESPREZANDO SEU CONCEITO E FINALIDADE.

- OU ALGUÉM É CAPAZ DE AFIRMAR QUE, NUMA DEMOCRACIA, OS POLICIAIS SOZINHOS, SEM A FORÇA DA LEI E COATIVDADE DA JUSTIÇA, PODEM GARANTIR A PAZ SOCIAL, A VIDA E O PATRIMÔNIO DOS BRASILEIROS? INFELIZMENTE, HÁ GOVERNANTES NOS TRÊS PODERES QUE ACREDITAM NESTA HIPÓTESE.

CONCEITO - SEGURANÇA PÚBLICA É O CONJUNTO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS, JUDICIAIS E JURÍDICOS UTILIZADO PELO ESTADO PARA PRESERVAR A ORDEM PÚBLICA (PAZ SOCIAL), A VIDA E O PATRIMÔNIO DAS PESSOAS.

SEGURANÇA PÚBLICA FOCADA APENAS NA POLÍCIA E NOS PRESÍDIOS É PRÓPRIO DE REGIMES TOTALITÁRIOS. A DEMOCRACIA EXIGE O ENVOLVIMENTO DIRETO DA JUSTIÇA NA APLICAÇÃO COATIVA DAS LEIS, DO EXERCÍCIO ACUSATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DA PRESENÇA DA DEFENSORIA E DA PARTICIPAÇÃO EFETIVA DOS INSTRUMENTOS SOCIAIS, EDUCACIONAIS, PROFISSIONALIZANTES, DE SAÚDE PÚBLICA E DE CIDADANIA.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

POLÍCIA DE PROXIMIDADE

Polícia de proximidade, por Marcos Rolim - Zero Hora 21/11/2010

O recurso mais importante para qualquer polícia do mundo é a informação. Uma polícia sem informações não sabe o que fazer e age como se estivesse em um túnel escuro. A mais ampla e importante fonte de informação para o trabalho policial é o povo. Mas a população só informa a polícia se confiar nela. Por isso, aumentar a confiança nas polícias é um desafio central, especialmente quando a imagem das instituições for ruim e estiver associada à ineficiência, à corrupção e à violência. O atendimento prestado à cidadania, a educação dos policiais e os êxitos alcançados pelas polícias ajudam muito, mas confiança exige proximidade dos policiais com as pessoas.

Nosso modelo de polícia está fundado em uma concepção reativa na qual os policiais patrulham aleatoriamente as cidades, dentro de viaturas, atendendo aos chamados de emergência do sistema 190. Os residentes não conhecem os policiais, que, por sua vez, tampouco conhecem os moradores. Na ausência de vínculos, o que temos é uma “polícia estranha” às comunidades e que aparece, como regra, apenas depois que um crime já foi cometido. A ideia de fixar policiais em pequenos distritos, para o patrulhamento fora de viaturas, normalmente a pé, em contato direto com as pessoas, é o começo de uma mudança essencial em direção ao modelo de polícia comunitária. Nos países de democracia consolidada, esta tem sido uma das mais fortes tendências no policiamento nos últimos 30 anos.

Com o policiamento de proximidade, os profissionais de segurança passam a conhecer os residentes por seus nomes, passam a entender as dinâmicas sociais da região, têm mais condições de auxiliar as pessoas em variados momentos de dificuldade (não apenas em ocorrências criminais) e podem construir laços de confiança que lhes permitirão receber as informações de que precisam. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro têm obtido êxitos porque realizam esta dinâmica. Quem tomar este exemplo como suficiente, entretanto, poderá se frustrar.

A cidade do RJ possui 1,5 mil favelas. Há UPPs em 12 delas. Se o governo conseguir instalar uma nova UPP por mês, em cem anos a cidade não estará coberta. Será preciso, então, reduzir rapidamente as áreas de exclusão social e promover cidadania. Mas o problema maior nem é esse. O problema é que nada nos garante que os policiais recrutados para as UPPs não estarão em breve associados ao crime. Para evitar este resultado, será preciso – além de salários dignos e exigências maiores de recrutamento e formação – a reforma do modelo de polícia, introduzindo o ciclo completo de policiamento e a divisão de responsabilidades entre as polícias por tipos criminais, assegurando uma única porta de entrada em cada polícia e, por decorrência, a possibilidade de uma verdadeira carreira policial etc., o que exige a alteração do art. 144 da Constituição Federal e disposição para mexer em um vespeiro de interesses corporativos e de disputas de poder.

Bem, podemos não fazer isso, por conveniência política ou falta de discernimento. Nesta hipótese, o pesadelo das milícias e da degradação completa da atividade policial surgirá cada vez mais forte no horizonte.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA

Parabéns pelo artigo, Rolim. Realmente, o recurso mais importante para qualquer polícia do mundo é a informação e esta só se consegue aproximando o agente policial do cidadão para aprofundar relações de confiança e de satisfação mútua - serviço de resultados e valorização. Está correta a tua conclusão sobre "salários dignos", "exigências maiores de recrutamento e formação", a necessidade de "reforma do modelo de polícia, introduzindo o ciclo completo de policiamento" e alteração do art. 144 da Constituição Federal". Também considero acertado o teu ponto de vista sobre as UPPs, não pode esquecer que, além dos fatores sociais, há de se promover uma profunda reforma estrutural e de postura do poder judiciário brasileiro para dar continuidade aos esforços da polícia e da sociedade. O Poder Judiciário está contaminado por várias mazelas que a impedem de cumprir a sua função precípua da aplicação coativa da lei. Se a lei não é aplicada, é como se não existisse lei e nem justiça. Neste ambiente de desordem e insegurança jurídica, a bandidagem dos dois lados rola solta e impune, fazendo das UPPs e outras iniciativas ilhas da fantasia e trabalho de Sísifo.

Quanto às polícias, estas deveriam sim trabalhar no ciclo completo policial (investigativo, pericial e ostensivo) com a PF está se estruturando. Alguns "especialistas" esquecem a perícia criminal faz parte do ciclo. Além disto, defendo as PMs como Polícia Estadual, a Polícia Civil como Polícia do Judiciário (ou do MP), a transformação da PRF em Polícia Nacional de Fronteiras (o policiamento das rodovias ficam as polícias estaduais em respeito ao princípio federativo da territorialidade), a tranformação das Guardas em Polícias Municipais, a transformação das Receitas Federal e Estaduais em Polícias Fiscais e a criação das Polícias Penitenciárias. Como todas estas polícias são auxiliares da justiça, o sistema de ordem pública deveria envolver varas especializadas de justiça e promotorias especiais, além do MP adentrar nas corregedorias destas polícias para supervisão e controle externo.

Referente à constituição federal, sou um crítico perseverante da inoperância, corporativismo, benevolencias e dispositivos esdrúxulos, repetitivos e plenos de privilégios desta dita "lei cidadã". A constituição centraliza tudo na União e no STF, desmoralizandop e enfraquecendo as Unidades Federativas e os Tribunais Regionais. O art. 144 é próprio de uma carta facista e totalitária, pois coloca nas forças armadas e nas forças policiais a defesa do Estado e das instituições, desprezando a defesa da paz social e dos direitos coletivos assegurados pelos instrumentos de justiça e de cidadania que devem complementar e limitar os instrumentos de força.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ACISO - MinC e MJ levam mais cultura para os Territórios de Paz

MinC e MJ levam mais cultura para os Territórios de Paz - MJ Assessoria de Comunicação, 19/11/2010 - Encaminhada por Claudio Bayerle

Brasília, 16/11/2010 (MJ) - Projetos de hip hop, grafite, rap, teatro, literatura, artesanato e dança, produção de vídeos e documentários, gravação de CDs de jovens artistas de comunidades de baixa renda e de elevados índices de violência. Essas são algumas das iniciativas que poderão ser financiadas por meio dos Microprojetos Mais Cultura para os Territórios de Paz, ação do Ministério da Cultura (MinC) realizada em parceria com o Ministério da Justiça (MJ).

O edital, publicado nesta terça-feira (16) no Diário Oficial da União (DOU), vai destinar R$ 10,7 milhões para apoiar 700 projetos artísticos e socioculturais voltados a jovens de 15 a 29 anos. A meta é contemplar 44 localidades, de 11 estados e do Distrito Federal, atendidas pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Ação do Programa Mais Cultura, do MinC, os Microprojetos nos Territórios de Paz vão viabilizar iniciativas que promovam inclusão social e contribuam para a diminuição da violência e da criminalidade nessas localidades. Outro objetivo é proporcionar maior dinamismo econômico às comunidades por meio de apoio financeiro aos artistas, escritores, grupos independentes e produtores culturais locais. As propostas contempladas vão receber de 1 a 30 salários mínimos (valor máximo de R$ 15,3 mil), conforme as ações propostas.

A cultura melhora o ambiente social e amplia os horizontes dessas comunidades, especialmente dos jovens que nelas residem. Temos um grande número de jovens que não possuem meios para desenvolver seus projetos, que não encontram maneiras de mostrar o seu talento. Muitos deles estão à beira da criminalidade e só precisam de uma ajuda, de um estímulo para dar vida aos seus sonhos. É isso que vamos viabilizar com os Microprojetos para os Territórios de Paz?, destaca Silvana Meireles, coordenadora do Programa Mais Cultura.

Para o secretário executivo do Pronasci, Ronaldo Teixeira, o mais importante da ação é a consolidação do modelo proposto pelo programa e o protagonismo proporcionado à juventude das periferias. ?O mais significativo é que a iniciativa reforça a mudança do paradigma da segurança pública. Por meio da cultura, é possível engajar o jovem numa ação de cidadania?, explicou.

Bairros - Dos 700 projetos a serem premiados pelo edital, 300 destinam-se à cidade do Rio de Janeiro, que concentra 24 localidades atendidas pelo Pronasci, como Rocinha, Boréu, Cidade de Deus, Santa Marta, Bangu e Manguinhos. O segundo estado em número de comunidades a serem beneficiadas é o Rio Grande do Sul, com nove bairros e 167 projetos. Na Bahia, as comunidades de Tancredo Neves/Beiru (Salvador) e PHOC I, II e III (Camaçari) terão 41 iniciativas contempladas.

Acre, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Pará, Paraná, Pernambuco, São Paulo e o Distrito Federal fecham a lista de estados que possuem Territórios de Paz a serem beneficiados pelo edital (confira a lista abaixo). As 44 localidades contempladas nos 12 estados possuem uma população superior a 2,5 milhões de habitantes.

Como participar ? As inscrições para o edital Microprojetos Mais Cultura para os Territórios de Paz vão até 30 de dezembro. Recomenda-se que o solicitante faça a inscrição on-line, por meio dos formulários eletrônicos disponíveis nos sites do Ministério da Cultura (http://www.cultura.gov.br), do Programa Mais Cultura (http://mais.cultura.gov.br) e do Pronasci (http://www.mj.gov.br/pronasci).

Além da internet, o proponente poderá enviar a inscrição por via postal para a Secretaria de Articulação Institucional, Programa Mais Cultura, Ação Microprojetos Mais Cultura, no endereço: SHIS QI 13, Bloco I, Loja 01, Lago Sul, Brasília,DF. CEP: 71.635-176. Ambas as modalidades de inscrição são gratuitas.

Podem concorrer pessoas físicas com idade igual ou superior a 18 anos e pessoas jurídicas sem fins lucrativos que desenvolvam projetos que contemplem jovens de 15 a 29 anos. O edital vai premiar iniciativas nas seguintes áreas: artes visuais e cênicas, audiovisual, literatura, música, dança, artesanato, culturas afrobrasileira, indígena e popular, design, moda. Projetos que integrem duas ou mais dessas formas de expressão artística também podem concorrer.

Oficinas - Para facilitar o acesso dos interessados ao edital, equipes do MinC e do Pronasci, em parceria com as respectivas prefeituras e governos estaduais, realizará oficinas em todos os Territórios de Paz para formação de agentes multiplicadores. São pessoas que vão ter a missão de explicar às suas respectivas comunidades como elas poderão participar do edital.

Muitos Territórios de Paz são um conjunto de pequenas comunidades, como é o caso da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Esses agentes, que serão verdadeiros agitadores culturais, vão às associações de bairro, às igrejas, aos centros comunitários, para mostrar aos moradores o que são os Microprojetos e como participar do edital, explica Selma Santiago, coordenadora de Territorialização do Programa Mais Cultura. ?Os agentes também serão responsáveis por fiscalizar os projetos e garantir que os prêmios sejam usados para o fim proposto?, acrescenta.

Microprojetos - Esta é a terceira edição dos Microprojetos Mais Cultura. Os dois primeiros editais foram realizados no Semiárido Brasileiro e na Amazônia Legal, contemplando cerca de 2 mil projetos de 19 estados.

Mais informações: Ministério da Justiça ? Assessoria de Comunicação Social; Marcus Vinícius Oliviera: marcus.oliveira@mj.gov.br; Telefone: (61) 2025-3135/3547

ESTADO - Município(s), Bairro(s)

Acre - Rio Branco, Santa Inês
Alagoas - Maceió, Benedito Bentes
Bahia - Salvador, Tancredo Neves/Beiru; Lauro de Freitas, Itinga; Camaçari. PHOC I, II e III
Ceará - Fortaleza, Bom Jardim
Distrito Federal - Brasília, Itapoã
Espírito Santo - Vitória, São Pedro
Pará - Belém, Guamá e Terra-Firme
Pernambuco - Recife, Santo Amaro
Paraná - São José dos Pinhais, Guatupê
Rio Grande do Sul - Porto Alegre, Bom Jesus; Canoas, Guajuviras; Alvorada, Umbú; Novo Hamburgo, Santo Afonso; São Leopoldo, Vicentina; Cachoeirinha, Vila Anair; Esteio, Primavera; Guaíba, COHAB; Sapucaia do Sul, Grande Vargas
São Paulo - São Bernardo do Campo, Alvarenga
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro (Capital), Acari, Bangu, Borel, Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, Chapéu Mangueira / Babilônia, Cidade de Deus, Complexo da Maré, Complexo da Penha / Caricó, Complexo do Alemão / Nova Brasília, Formiga, Manguinhos, Morro da Providência, Rocinha, Santa Cruz/Reta João XXIII, Santa Marta, Senador Camará / Batan, Tavares Bastos, Vila Kennedy, Macaco / São João / Quieto / Matriz, Tabajara, Andaraí, Turano e Salgueiro

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PRÊMIO POLÍCIA CIDADÃ – UM SHOW

No dia 11/11/2010, no Clube Farrapos, ocorreu a 1ª Edição do “Prêmio Polícia Cidadã” da Brigada Militar. Na ocasião, foram apresentados vários trabalhos de interação comunitária junto ao 1º Simpósio de Avaliação e Apresentação dos Resultados do Programa Polícia Cidadã, envolvendo iniciativas dos Comandos Regionais, Especiais e frações subordinadas.

Conforme a Brigada Militar, o Projeto “Polícia Cidadã” busca a excelência na prestação dos serviços de segurança pública e o aprofundamento das relações e da parceria junto aos diversos segmentos das comunidades organizadas, desenvolvendo atividades preventivas e sociais na melhoria da qualidade vida.

Foi um show!

Quem duvidava da força da instituição e dos laços que unem oficiais e praças desta centenária instituição se rendeu à qualidade e ao fascínio deste evento. Uma irmandade de servidores militares estaduais em torno de um projeto e de uma idéia a serviço do povo gaúcho, focada na interação comunitária, nas relações inter-pessoais e na eficácia operacional.

Atividades de cunho preventivo, social e comunitário como o policiamento comunitário e escolar, prevenção às drogas, educação para o trânsito, prevenção de sinistros, Brigada Mirim, Bombeiro Mirim, apresentações de teatro e musical, diagnóstico por mapeamento digital, capacitação profissional, responsabilidade mútua e comprometimento com a comunidade, foram unificadas numa idéia global gerenciada por um dinâmico e acessível Gabinete de Polícia Cidadã, junto ao Comando Geral.

Fiquei honrado e emocionado com a homenagem prestada a mim e ao meu adjunto de policiamento comunitário no EMBM no ano de 2000, Maj Julio César de Araújo Peres, ao enaltecerem as nossas obras literárias sobre a filosofia de policiamento comunitário e pela instituição do PROERD na Brigada Militar. Um reconhecimento aguardado depois de tantos anos de esforços, sacrifícios, dificuldades, resistências, desinformação, dúvidas, dilemas, suspeitas, desconfiança e descrédito, em especial na adaptação deste tipo de policiamento ostensivo para a Brigada Militar.

A excelência dos trabalhos, os resultados positivos alcançados e a felicidade dos comandantes e comandados, agraciados e envolvidos, comprovaram o sucesso do projeto e o fortalecimento da unidade da corporação.

A Brigada Militar com visão de futuro continua na vanguarda recebendo do povo gaúcho o reconhecimento e o apoio na continuidade deste projeto. Resta parabenizar o Comando Geral da Brigada Militar, na liderança do Coronel João Carlos Trindade Lopes e do Coronel Jones Calixtrato Barreto dos Santos, pela idéia de integrar as iniciativas comunitárias e sociais e institucionalizar no Estado o policiamento comunitário.

Parabéns também ao Chefe de Gabinete de Policia Cidadã do EMBM, Ten Cel Clóvis Reis da Silva Junior e sua equipe pelo brilhantismo do ato.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

LOGOTIPO DESCREVE FILOSOFIA, CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO



Em 01/10/1997, em Cruz Alta, durante o lançamento da filosofia de policiamento comunitário naquela cidade, apresentei um logotipo que pudesse refletir a filosofia, as características e os princípios básicos do policiamento comunitário necessários ao exercício deste tipo de policiamento ostensivo para facilitar o entendimento e a interação dos policiais e das pessoas das comunidades onde o serviço policial seria executado.

A elaboração do logotipo baseou-se em figuras geométricas representando pessoas dentro de uma redoma tendo abaixo dela a inscrição "POLICIAMENTO COMUNITÁRIO" e "RESPONSABILIDADE DE TODOS". O primeiro ponto de vista mostra uma figura sombreada com o símbolo da polícia ostensiva na cabeça, representando o "protetor", o "anjo da guarda humano", a "atividade preventiva", as "relações interpessoais" e a "interação com a comunidade", e a característica da "ação de presença", ladeado por duas outras figuras sombreadas que representam as pessoas da comunidade local.

Sob outra ótica, aparecem figuras ocultas que envolvem as demais, representando os poderes de estado, as entidades organizadas e as instituições de coação, justiça e cidadania, participantes do conjunto de processos administrativos, jurídicos e judiciais necessários à preservação da ordem pública. A responsabilidade é de todos! Os Poderes de Estado cumprindo seus deveres e funções precípuas e o Cidadão respeitando a leis, exigindo seus direitos e apoiando o Estado no exercício da preservação da paz social, da vida e do patrimônio das pessoas.

A redoma que abriga as figuras geométricas significa a situação protetora, o compromisso e o comprometimento com o local de trabalho, a organização da comunidade na prevenção das ilicitudes e o cumprimento do princípio da "responsabilidade territorial".

Este logotipo acompanhou a aplicação do POLICIAMENTO COMUNITÁRIO em Passo Fundo (1998) e Santana do Livramento (2000) e foi proposto para o programa da Brigada Militar em todo o Estado do Rio Grande do Sul recebendo as três cores da bandeira. Infelizmente ficou no limbo.

domingo, 7 de novembro de 2010

PACIFICAÇÃO - Antes da UPP, o BOPE na rotina 'osso duro de roer'.


A rotina 'osso duro de roer' no rumo da pacificação. Policiais do Bope enfrentam rotina desgastante nas ações que abrem caminho para UPPs - POR VANIA CUNHA, O Dia, 07/11/2010

Rio - Vinte e quatro dias separam o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, do passado de violência e jugo do tráfico. A cada dia, a liberdade ganha uma dimensão maior na vida das 12 mil pessoas que moram na comunidade e começam a se acostumar com a presença da polícia no cotidiano. Mas a ocupação de uma favela é um processo complexo e contínuo, que exige dos policiais empenho para evitar o retorno dos criminosos. Semana passada, O DIA acompanhou a rotina de dificuldades, anseios e sonhos de moradores e policiais do Bope na conquista da paz.

Os ‘homens de preto’ chegam ao cruzeiro, no alto do morro, logo após o amanhecer. No local, será inaugurada a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), dia 30. Após a troca com a equipe que passou as 24 horas anteriores na favela, os PMs iniciam o patrulhamento a pé e com viaturas.

Moradores são revistados e cada centímetro da comunidade, vasculhado. Nada escapa do olhar atento da tropa de elite: uma casa suspeita é avistada, mas lá dentro há apenas uma criança assistindo TV. Na parte baixa, meninos e meninas brincam numa piscina, antes exclusiva dos autorizados pelo tráfico.

Os mais de três quilômetros da caminhada revelam locais onde PMs e até moradores não chegavam antes da ocupação. Na Ladeira, uma casa usada como ‘fortaleza’ é uma herança dos anos de terror. Incontáveis perfurações de tiros mostram o antigo poderio bélico dos criminosos e uma pichação desafiava a polícia: “Dar tiro de longe é mole, quero ver me pegar”.

“Cheguei a ficar alguns dias sem conseguir sair de casa quando havia confronto. As balas ‘desfilavam’ na porta da minha casa. Me sinto aliviada”, desabafa uma vizinha da ‘fortaleza’. Mais acima, onde há muitas residências abandonadas por causa dos tiroteios, a dona de casa Sidneia Moraes festeja: “Ninguém queria morar aqui porque ficava na linha de tiro. Mas quando minha sogra falou que teria UPP, criei coragem e vim. Me sinto tão tranquila que até durmo com a porta aberta”.

Sobre a pedra do cruzeiro e com o morro ocupado, os ‘caveiras’ saboreiam uma vitória pessoal. “Esse cruzeiro é o nosso troféu. Era o lugar mais difícil de chegar. Estar aqui com sucesso e a equipe ilesa é a nossa maior alegria”, resume o cabo Valdeir Pereira.

PASSO A PASSO DA OCUPAÇÃO

PREPARAÇÃO

Antes de deixar o batalhão, em Laranjeiras, a equipe que vai para o Morro dos Macacos recebe as instruções para as próximas 24 horas. No alto, foi montada a base da ocupação, com dois contêineres e tenda para descanso e alimentação. Depois de se dividirem em grupos, os ‘caveiras’ seguem para a caminhada carregando 38 quilos de equipamentos. As trilhas são sinuosas e o patrulhamento é repetido diversas vezes por dia.

APROXIMAÇÃO

O medo de que o tráfico retorne ainda é grande. Tanto que muitos moradores ainda se escondem quando os policiais passam. Mas, aos poucos, os ‘caveiras’ vão conquistando a confiança das pessoas, que começam a cumprimentá-los espontaneamente. Extrovertidas, as crianças apertam a mão dos policiais. “Meu sonho é ser jogador de futebol, mas acho que agora também quero ser policial”, diz Marcelo Cabral, 13 anos.

HERANÇA DO TRÁFICO

Nas ruínas de uma casa, traficantes montaram sua segunda fortaleza, com direito a muro de contenção. “Desse ponto, muitos moradores não podiam passar. Tanto que várias casas foram abandonadas. Cerca de 50 bandidos se posicionavam aqui para alvejar a polícia lá embaixo”, explica o sargento Glebson. No patrulhamento, os PMs encontraram uma mesa de concreto usada por traficantes para conserto das armas.

DIFICULDADES

Depois de expulsar os criminosos, os policiais têm outros desafios pela frente. Sono, cansaço e caminhadas sob sol escaldante são obstáculos diários. Durante o serviço, os ‘caveiras’ bebem litros de água para não desidratar, carregam barras de cereais nos bolsos para matar a fome e chegam a perder um quilo a cada dia. Nas poucas pausas para descansar, brincadeiras com as crianças, animadas rodas de bate papos e piadas ajudam a reanimar.