O Policiamento Comunitário ou de Proximidade é um tipo de policiamento ostensivo que emprega efetivos e estratégias de aproximação, ação de presença, permanência, envolvimento com as questões locais, comprometimento com o local de trabalho e relações com as comunidades, objetivando a garantia da lei, o exercício da função essencial à justiça e a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do do patrimônio. A Confiança Mútua é o elo entre cidadão e policial, entre a comunidade e a força policial, entre a população e o Estado.

quarta-feira, 14 de março de 2012

VIZINHANÇA FARDADA


PMs de Caxias moram nos bairros em que trabalham - SUELLEN MAPELLI | CAXIAS DO SUL - ZERO HORA 14/03/2012

A partir de hoje, 33 policiais militares trabalharão mais próximos dos moradores de Caxias do Sul. O projeto piloto da Secretaria da Segurança Pública, batizado de Polícia Comunitária dentro do RS na Paz, prevê que os PMs vivam nas comunidades em que atuam.

– Esse é um projeto inédito no Brasil e que só existe no Japão, mas em áreas rurais. A proposta é trabalhar na prevenção de crimes, mas de uma maneira que o policial se relacione harmonicamente com a comunidade – explica o secretário estadual da Segurança, Airton Michels.

Anunciado para o início de janeiro, e adiado por duas vezes, o policiamento será instalado, inicialmente em 10 núcleos que atendem as principais áreas de comércio e bancos de Caxias do Sul. Cada núcleo terá três soldados e uma viatura à disposição.

De acordo com o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, major Jorge Emerson Ribas, os servidores estavam lotados nas três companhias do batalhão (Cruzeiro, Cinquentenário e Macaquinhos) e foram voluntários da Polícia Comunitária. O plano era que todos se encaixassem nos seguintes pré-requisitos: ser casado, não ter casa própria e não desenvolver outra atividade profissional. Mas houve exceções.

– Como não tivemos acréscimo no efetivo, tivemos de aceitar policiais que não são solteiros – explica o major.

Os PMs receberem auxílio moradia mensal de R$ 594 para alugar um imóvel na comunidade em que trabalhará, verba repassada pela prefeitura, que firmou convênio com o Estado.

O atraso na entrega de 11 viaturas novas – modelo Prisma – pelo governo estadual adiou a implantação do novo policiamento. Hoje, às 10h, na Praça Dante Alighieri, uma cerimônia de entrega dos veículos e de outros equipamentos (pistola .40, algemas e colete à prova de balas) marca o início do programa.

As viaturas ficarão estacionadas no pátio ou na garagem do policial que assumirá seu turno, ou seja, não precisam ser devolvidas ao batalhão no final de cada expediente de trabalho.

– O PM já está de serviço assim que sai de casa – explica Ribas.


COMO FUNCIONA

- Um PM ficará nas ruas do bairro das 8h às 16h. Os outros dois assumem das 16h à meia-noite. Conforme a realidade que for apresentada em cada núcleo, os horários poderão mudar.

- Os PMs que integram o projeto trabalharão prioritariamente no policiamento dos seus bairros.

- Cada policial tem direito a um dia de folga por semana, conforme escala feita pela coordenação.

- As chamadas devem continuar sendo feitas pelo 190 para que haja um controle das ocorrências e também porque os policiais podem prestar apoio a outros bairros.

- Os policiais não terão telefones funcionais. O presidente da Associação de Moradores de Bairros local possuiu o endereço e o telefone particular dos PMs. Demandas da comunidade, que não sejam de urgência, devem ser repassadas ao presidente, que as encaminha aos policiais.

Casal representa perfil padrão do projeto
Casados há três anos, o soldado Tel Fabiano de Souza Siqueira, 33 anos, e a soldado Simone dos Santos Hoisler Siqueira, 28, representam o perfil dos PMs do novo policiamento comunitário: idades entre 25 a 35 anos e, na maioria, jovens casais. Por já residirem no Rio Branco, eles optaram por participar do projeto no bairro. Agora, terão ajuda de custo para pagarem o aluguel da casa onde moram com a pequena Valentina, dois anos. Na verdade, eles já faziam o policiamento do bairro, informalmente.

– Uma vez, por exemplo, vi uma mulher ser assaltada na rua e consegui deter o bandido. Eu estava saindo de casa. Chamei uma viatura e o homem foi preso – recorda o soldado Siqueira.

Já Simone está ansiosa para voltar ao trabalho nas ruas, porque desde que ficou grávida de Valentina vinha fazendo serviço interno.

– Essa é a primeira vez que nós dois vamos trabalhar juntos – comenta.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Tática corretíssima: proximidade, comprometimento, confiança e permanência. Espero que não sofra interrupção e que os gestores e executores permaneçam longo tempo tendo apoio dos superiores lideranças comunitárias, suporte de políticas públicas e continuidade no Judiciário. Parabéns e sucesso.

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