Cresce o número de empresas que investem nas UPPs - O GLOBO, 29/01/2011 às 22h35m. Vera Araújo
RIO - O sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) tem incentivado cada vez mais empresários a apostar suas fichas no projeto implantado pelo governo do estado. Um dos mais entusiasmados com o programa é o dono do Grupo EBX , Eike Batista, que investe R$ 40 milhões ao longo de dois anos, ajuda que pode ser prorrogada até 2014. Foi essa verba que possibilitou a compra dos 40 novos carros, modelo Nissan Frontier, e 60 motocicletas, que serão distribuídos amanhã em 14 comunidades pacificadas.
Empresas como a Souza Cruz e a Rio de Janeiro Refrescos, fabricante dos produtos Coca-Cola, também entraram na corrente que investe no projeto das UPPs.
Secretaria indica onde serão feitos os investimentos
O dinheiro da EBX também está sendo usado para a construção da sede definitiva da UPP da Ladeira do Tabajaras/Cabritos, em Copacabana. De acordo com a Secretaria de Segurança, o objetivo da contribuição é assegurar recursos para a compra de equipamentos, instalação do projeto e aplicação da logística. Mas cabe à secretaria indicar onde serão feitos os investimentos.
- Acredito no projeto das UPPs. Tenho orgulho de poder contribuir com essa solução que se mostrou eficiente no Rio de Janeiro e é referência para o país. Estamos, juntos com outras empresas, ajudando a construir um Brasil grande, seguro, melhor para os nossos filhos. Meu sonho é, um dia, pararmos os carros com as chaves na ignição - afirma Eike Batista.
UPP do Morro do Andaraí é candidata a receber R$ 1,3 milhão de duas empresas - 29/01/2011 às 22h39m - O Globo
RIO - À medida em que o projeto das UPPs se consolida, mais parceiros têm se aliado à Secretaria de Segurança, como a Souza Cruz e a Rio de Janeiro Refrescos, que chegaram a conviver com a violência no passado. A primeira funcionou na Tijuca, aos pés do Morro do Borel, e a outra fechou as portas de sua fábrica, na Estrada do Itararé, principal acesso ao Complexo do Alemão. As duas estão dispostas a doar R$ 400 mil e R$ 900 mil, respectivamente, a alguma UPP. Uma das candidatas é a do Morro do Andaraí. Segundo a assessoria da Souza Cruz, a empresa já investiu R$ 220 mil na creche do Batam, em Realengo. Com a 14 unidade pacificadora sendo inaugurada amanhã - nos morros São João, Matriz, Quieto e Sampaio, no Engenho Novo -, já são 240 mil pessoas beneficiadas pelo projeto.
Também estão na lista de contribuintes a CBF, que constrói a sede da UPP da Cidade de Deus; a Firjan, que oferece aulas de idiomas, informática e formação profissional aos moradores das áreas pacificadas, além da Bradesco Seguros e da Light. A concessionária, na verdade, resolveu um velho problema: a inadimplência. Se, antes das UPPs, 98% das pessoas não pagavam a conta de luz na favela Dona Marta, em Botafogo, hoje o quadro é o oposto. A empresa praticamente acabou com os gatos por lá e está fazendo o mesmo no Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme. Houve a troca da rede elétrica no Dona Marta.
Em sete comunidades, 7,5 mil geladeiras novas
A Light substituiu ainda 7,5 mil geladeiras em sete comunidades e trocou 105 mil lâmpadas, além de modernizar 250 quilômetros de rede elétrica. A Light reformou também a fachada da Creche Tia Percília, na favela da Babilônia, no Leme.
Para o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a grande vantagem da parceria com a iniciativa privada é que o dinheiro vai direto para o projeto das UPPs:
- No serviço público, para se adquirir algo, é preciso obedecer à lei de licitação, que é muito exigente e demora para atender às necessidades do gestor público. Já as empresas privadas não precisam obedecer todo esse caminho e podem fazer obras e adquirir bens mais rápido.
O coordenador de Polícia Pacificadora, coronel Robson Rodrigues da Silva, atribui o apoio da iniciativa privada às UPPs à credibilidade do projeto. Para o ele, os empresários já perceberam o crescimento econômico com a pacificação:
- A polícia está fazendo sua parte na segurança. Agora, todos querem participar da construção de um Rio melhor, viável economicamente. Antes, os moradores de comunidades não eram vistos como cidadãos. Hoje, eles deixaram de ser problema para virar solução. São consumidores e não atuam mais na informalidade.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A filosofia do policiamento comunitário abre portas para padrinhos, amigos, parceiros e colaboradores. Bem intencionados e solidários com a comunidade, eles são importantes para motivar e obter sucesso na prestação de serviços policiais. Ao buscarem o relacionamento com os moradores e comerciantes locais, os policiais interagem, ganham confiança e fomentam uma integração de esforços para a manutenção da paz social no ambiente daquela responsabilidade territorial.
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