O Policiamento Comunitário ou de Proximidade é um tipo de policiamento ostensivo que emprega efetivos e estratégias de aproximação, ação de presença, permanência, envolvimento com as questões locais, comprometimento com o local de trabalho e relações com as comunidades, objetivando a garantia da lei, o exercício da função essencial à justiça e a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do do patrimônio. A Confiança Mútua é o elo entre cidadão e policial, entre a comunidade e a força policial, entre a população e o Estado.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O PAI DO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NO RS.



ENTREVISTA COM O CORONEL LUIS IPONEMA - VOZES DA LEGIÃO, PORTAL DA LEGIÃO DA RESERVA ALTIVA DA BRIGADA MILITAR - LABM, 31/08/2010. Entrevista gravada em maio de 2010.

Vozes – Como foi o início de sua carreira?
Cel Iponema – Meu pai perguntou-me se eu queria ir para o Exército ou para a Brigada. Eu respondi que queria ir para a Brigada Militar porque ele era da Brigada. Eu optei em servir na Brigada Militar e assim foi o início de minha carreira. Quando eu estava no curso de recruta, abriu o Curso de Formação de Cabos em Porto Alegre. O Comandante do Esquadrão de Metralhadoras, o meu comandante, me indicou para fazer o Curso de Formação de Cabos porque eu tinha boas notas na escola de recrutas. Eu fiz o Curso de Cabos e tirei o primeiro lugar. Os três primeiros colocados no curso já estavam, automaticamente, matriculados no Curso de Sargentos. Eu voltei Cabo para Santa Maria e já matriculado no Curso de Formação de Sargentos. Vim para Porto Alegre e tirei o primeiro lugar no Curso de Sargentos, e em condições de fazer o Curso de Formação de Oficiais. Eu fiz o Curso de Formação de Oficiais e tirei o primeiro lugar. Fiquei assim na Brigada Militar porque Deus assim o quis. Esse foi o início de minha carreira.

Vozes – O que marcou a sua carreira?
Cel Iponema – A formação que a Brigada Militar me deu, complementou a formação que recebi de meu pai, que me ensinou a ser honesto, decente e correto.

Vozes – De onde veio a inspiração para fazer o primeiro manual de policiamento ostensivo?
Cel Iponema – Eu fui designado para comandar o destacamento da cidade de Caçapava. Na Escola, no Curso de Formação de Oficiais, não me ensinaram a ser comandante de destacamento. Chamei o Soldado mais antigo e lhe pedi orientações sobre Caçapava e com ele aprendi muita coisa a respeito da cidade. Ele me disse quais as pessoas com quem eu poderia obter informações da comunidade. Verifiquei que faltava uma fonte para instruir o pessoal. Procurei e não encontrei nada. Fui, então, retirando da minha experiência e escrevendo, diariamente, e, no final, saiu o Manual do Comandante de Destacamento.

Vozes – Como foi a experiência de transmitir conhecimento para os mais novos, os alunos dos vários cursos?
Cel Iponema – Eu me senti muito bem, pois até hoje me chamam de “meu mestre!”

Vozes – Conte-nos a sua experiência na Segurança Patrimonial.
Cel Iponema – Quando eu fui para a reserva em 1969, eu me sentia em condições de continuar meus estudos. Havia outra segurança que me chamou a atenção, a segurança de empresas, a segurança dentro da empresa. Lancei-me à procura, no Brasil, de alguém que me ensinasse e não encontrei. Na Espanha havia uma cadeira dentro do Direito vinculada à Segurança Empresarial. Fui à Espanha e cursei a cadeira específica.Vim para o Brasil e, em São Paulo, realizei um curso chamado Curso de Segurança Patrimonial. Com isso, juntei o conhecimento de Segurança Patrimonial com o da Segurança do Trabalho. Pude assim orientar os vigilantes em uma empresa para a qual havia sido indicado. Foi com isso que eu entrei para a Segurança Patrimonial e resolvi escrever. Escrevi 33 livros sobre Segurança Patrimonial.

Vozes – Qual foi a promoção que mais lhe marcou?
Cel Iponema – A promoção que mais me marcou foi a de Cabo. Eu fui para a rua da Praia fardado e queria que todo o mundo olhasse as minhas divisas.

Cel Iponema – Os senhores não me perguntaram sobre a minha cor, negro, na Brigada. Tem gente que me pergunta: “O senhor não sofreu descriminação na Brigada Militar?” Eu respondo: “Eu nunca senti nada!” A Brigada foi uma maravilha. Você estuda, tira o primeiro lugar, e qual é o problema?

5 comentários:

Sargento Freitas disse...

Olá, que a paz seja constante em sua vida.
Parabens pelo belíssimo blog, esse é o caminho.
Sou o Sargento Freitas, Policial Comunitário do 9º BPM em Campo Grande-MS, Gostaria de receber uma visita do senhor no meu blog e me orientar se estou no caminho certo. Um garnde abraço. http://pmacaosolidaria.blogspot.com

Jorge Bengochea disse...

Já estou te seguindo meu amigo. Obrigado pelas palavras de fé e incentivo. Vá em frente, faça a diferença. O graduado é o elo mais importante do policiamento comunitário, por ser o líder de uma célula vital para a eficácia da estratégia - o grupo policial. Esta célula é representativa no policiamento de bairro. Estamos às ordens, de pé e em continência.

henrique disse...

parabens ao pai do policiamento comunitario.

muito obrigado pelos seus estudos e pela sua contribuição, na formação de policiais que estudem seus livros e espelhe-se em seu exemplos.
gostei demais quando o sr. se refere a sua cor, foi a melhor resposta que ouvi em toda a minha vida, isto só poderia sair de uma cabeça de sábio.
a diferença não esta na cor da pele mas no grau de instrução do individuo
continue assim, orgulho do povo gaucho e brasileiro

Índio Surubá disse...

Ola, sou O MAJ MARINHO da PMPA, estou há alguns meses atrás de uma edição do Manual do destacamento para embasar um trabalho semelhante aqui no EMG da PMPA. Mas jamais consegui até que hj achei esse BLOG com entrevista ao autor que agora descubro se tratar de CEL PM. Por favor gostaria de um contato do Sr. Cel IPONEMA. Segue nosso contato, abraços.

Estado Maior PMPA (91) 3277-5524
maj marinho (91) 9191-8383 ou 8184-6560. capitaofelix@hotmail.com

Índio Surubá disse...

desculpe, como não tenho blog tive que usar o do meu irmão que é humorista.

abraço

MARINHO