O Policiamento Comunitário ou de Proximidade é um tipo de policiamento ostensivo que emprega efetivos e estratégias de aproximação, ação de presença, permanência, envolvimento com as questões locais, comprometimento com o local de trabalho e relações com as comunidades, objetivando a garantia da lei, o exercício da função essencial à justiça e a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do do patrimônio. A Confiança Mútua é o elo entre cidadão e policial, entre a comunidade e a força policial, entre a população e o Estado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MUDA O COMANDANTE, MUDA O JEITO DE POLICIAR


PORTO ALEGRE, BAIRRO FLORESTA - Bairro heterogêneo aumenta problemas - Zero Hora, 15/02/2011

O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, major Lúcio Alex Ruzicki, salientou que a ação da BM deverá ser realizada em conjunto com outros órgãos para surtir efeitos. Ele criticou a má iluminação da região. Solicitou também que bares sejam fiscalizados. Uma equipe da prefeitura anunciou ontem que iria fazer um levantamento das áreas com necessidade de poda e de reforço na iluminação.

A cúpula da BM chegou a se reunir ontem para tentar diminuir o impacto dos dois assassinatos.

– Não existe um plano de segurança. A cada mudança de comandante, muda o jeito de policiar. Cada vez que ocorre alguma coisa, prometem mudanças, mas nada acontece. Estou há 10 anos ouvindo isso e nada – lamenta o presidente da Associação Cristóvão Colombo, Beto Rigotti.

As peculiaridades da região potencializam os problemas tanto para moradores quanto para policiais. De uma quadra para outra o lugar se transforma. Ao andar da Avenida Cristóvão Colombo para a Farrapos, o cenário sai do comércio tradicional e residências de classe média para casas velhas, bares e inferninhos.

– É um bairro muito heterogêneo. Nós vamos mudar a nossa atuação porque a sensação de segurança foi quebrada. Precisamos responder imediatamente – prometeu Ruzicki.



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O desabafo do Beto Rigotti, presidente da Associação Cristóvão Colombo, mostra a impotência e o descrédito na atuação da Brigada Militar. O Sr. Rigotti é o presidente de honra e quase eterno justamente pelo tamanho de seu envolvimento e comprometimento com este bairro tradicional de Porto Alegre. Ele toca numa das mazelas mais críticas da corporação quando seus oficiais não seguem as estratégias de aproximação e a filosofia do policiamento comunitário. Aliás, estas estratégias e filosofia não passam de retórica, pois há uma rotatividade de pessoal e a priorização no patrulhamento motorizado que afastam qualquer chance de comprometimento e presença real dos policiais nos postos de policiamento. Os planos de segurança são pontuais e " a cada mudança de comandante, muda o jeito de policiar". Por este motivo "cada vez que ocorre alguma coisa, prometem mudanças, mas nada acontece", e as lideranças comunitárias perdem a confiança e a motivação, pois não aguentam "10 anos ouvindo" a mesma retórica, as mesmas promessas e as mesmas garantias que permanecem por pouco tempo e somem do nada. Além disto, a Brigada Militar transformou suas viaturas ostensivas passando para cores discretas e ampliou as dimensões do posto de policiamento, reduzindo a permanência e aumentando a mobilidade. Sem falar que o CIOSP pode utilizar estas viaturas para atendimento de ocorrências, tirando-as do posto e limites designados.

E não estou criticando apenas o policiamento em Porto Alegre, pois estes óbices ocorrem em todas as unidades operacinais. No meu tempo da ativa, também tive problemas sérios para fixar o polciamento comunitário nas cidades onde trabalhei. É que esta filosofia precisa de permanência, motivação, comprometimento e confiança mútua, e principalmente de oficiais e graduados voluntariosos para liderar as unidades de policiamento comunitário e se dedicar à comunidade local.

Patrulha de Resposta Rápida


Patrulha Comunitária


Posto de Policiamento Comunitário

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