O Policiamento Comunitário ou de Proximidade é um tipo de policiamento ostensivo que emprega efetivos e estratégias de aproximação, ação de presença, permanência, envolvimento com as questões locais, comprometimento com o local de trabalho e relações com as comunidades, objetivando a garantia da lei, o exercício da função essencial à justiça e a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do do patrimônio. A Confiança Mútua é o elo entre cidadão e policial, entre a comunidade e a força policial, entre a população e o Estado.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

MAIS DUAS UPP NO ALEMÃO

Bope inicia instalação de mais duas UPPs no Alemão. Novas unidades devem ser inauguradas em um mês. Uma ficará no alto do complexo e a outra nos arredores dos morros do Adeus e da Baiana - Ana Claudia Costa, Athos Moura - EXTRA, O GLOBO, 26/04/12 - 11h46

RIO - Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estão instalando na manhã desta quinta-feira o contêiner que servirá como base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no alto do Morro do Alemão. De acordo com o relações públicas da Polícia Militar, as ações do Bope nos morros do Alemão, da Baiana e do Adeus fazem parte da primeira fase para a implantação de mais duas UPPs na região. Uma ficará nas comunidade do Adeus e Baiana e a outra no alto do complexo de favelas. A previsão de inauguração dessas novas unidades é de um mês.

Enquanto o Bope ocupa as favelas do Alemão, a PM realiza operações em 14 favelas da região metropolitana, cuja os criminosos são da mesma facção do complexo de favelas da Zona Norte. Duas pessoas já foram presas na Favela de Antares, em Santa Cruz; e outras duas em Caxias, na Baixada Fluminense. As ações estão sendo realizadas em favelas das zonas Norte, Oeste, Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo.

A substituição dos militares do Exército nos morros do Adeus e da Baiana, no Complexo do Alemão, comunidades que se preparam para receber as Unidades de Polícia Pacificadora, tiveram início por volta das 23h desta quarta-feira. Durante a madrugada eles contaram com o apoio do Batalhão de Choque (BPChoque), revistando suspeitos e patrulhando as entradas de ambos os morros. Na manhã desta quinta-feira, juntaram-se a eles policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Batalhão de Campanha, do Grupamento Aero-Marítimo (GAM) e do 22º BPM (Maré). Agentes da Coordenadoria de Inteligência (CI) da PM vão cumprir mandados de prisão nas duas localidades. A expectativa é de que até o fim de junho, a Polícia Militar já tenha substituído o Exército em todo o complexo de favelas.

O morro do Adeus atraiu a atenção da polícia durante essa semana. Na noite desta terça-feira, policiais do 16º BPM trocaram tiros com bandidos nas proximidades da escola Tim Lopes, na subida da grota do Morro do Adeus. Segundo a assessoria da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, um morador que não quis se identificar afirmou ter visto homens armados descerem de uma van minutos antes do início do confronto. No Twitter, outros moradores relataram que ouviram tiros de fuzil entre o Morro do Adeus e o Morro da Baiana. As duas áreas ainda não foram pacificadas. O autor do perfil @Rene_Silva_RJ disse: “Voltou… tiros e mais tiros são ouvidos aqui no alemão… clima tenso, ninguém na rua, comércios fechados”.

Também na madrugada de terça-feira, policiais militares e bandidos trocaram tiros na região. O confronto ocorreu na comunidade Nova Brasília, uma das favelas que recebeu uma das duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) instaladas no Complexo do Alemão, há uma semana. De acordo com a polícia, os PMs receberam denúncia sobre um ponto de venda de drogas em um local conhecido como Coqueirinho. Três pessoas envolvidas no tiroteio conseguiram fugir e deixaram para trás uma granada com a inscrição "morte UPP". Os policiais também encontraram munições para fuzil e cocaína.

As primeiras UPPs do Complexo do Alemão começaram a ser instaladas na quarta-feira da semana passada. A unidade na localidade da Fazendinha atenderá também as subcomunidades Relicário, Palmeirinha, Morro das Palmeiras, Vila Matinha, Parque Alvorada e Casinhas. Já a UPP Nova Brasília também será responsável pelo policiamento das localidades Ipê Itararé, Mourão Filho, Largo Gamboa, Cabão, Joaquim de Queiroz, Loteamento, Prédios, Aterro I e Aterro II. Ao todo, 660 policiais passaram a fazer parte do cotidiano de aproximadamente 40 mil moradores das 16 primeiras comunidades do Complexo do Alemão contempladas pelo programa de pacificação da Secretaria de Estado de Segurança.

O processo para a instalação das duras UPPs no Alemão, ocupado pelo Exército desde 2010, começou em março. A ação contou com 750 homens, que substituíram os militares do Exército nas favelas de Nova Brasília e da Fazendinha. As outras dez comunidades do complexo, onde o Exército mantém 1.800 militares, serão ocupadas pela PM gradativamente. Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, todo o processo de implantação das oito UPPs será concluído em 27 junho.

Assim que o processo de implantação das UPPs nos complexos do Alemão e da Penha for concluído, a base da Força de Pacificação, montada na antiga fábrica da Coca-Cola, na Avenida Itaoca, será transformada em sede do Comando de Polícia Pacificadora (CPP). Quando a sede do Bope for instalada na Maré, o CPP ocupará o atual quartel do batalhão, em Laranjeiras.

Ainda na noite de terça-feira, por volta das 20h30m, em outra área pacificada, um homem foi morto na porta de casa no Morro da Mineira, no Catumbi. O crime ocorreu em uma localidade conhecida como Beco do Gabriel. De acordo com a polícia, a vítima foi executada com três tiros. A Divisão de Homicídios (DH) assumiu a investigação. Nenhuma arma foi encontrada com o morto.

Dificuldade do processo de pacificação das comunidades

Com objetivo de conhecer de perto as dificuldades e experiências vividas pelos policiais no processo de pacificação, no dia 16 deste mês, o secretário Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, visitou as Unidades de Policia Pacificadora (UPP) da Mangueira e da Cidade de Deus. Na ocasião, Beltrame conversou com o capitão Leonardo Nogueira, comandante da UPP da Mangueira, e reafirmou que o processo de pacificação não é apenas uma questão de Segurança, mas de presença do Estado com serviços que resgatem a cidadania dos moradores. Na Cidade de Deus, o secretário caminhou pela comunidade com o major Felipe Romeu, comandante da UPP da área e conversou com alguns moradores.

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