O Policiamento Comunitário ou de Proximidade é um tipo de policiamento ostensivo que emprega efetivos e estratégias de aproximação, ação de presença, permanência, envolvimento com as questões locais, comprometimento com o local de trabalho e relações com as comunidades, objetivando a garantia da lei, o exercício da função essencial à justiça e a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do do patrimônio. A Confiança Mútua é o elo entre cidadão e policial, entre a comunidade e a força policial, entre a população e o Estado.

domingo, 19 de junho de 2011

CENTRO DE ANÁLISE CRIMINAL PARA MAPEAR OCORRÊNCIAS E PLANEJAR AÇÕES


Mapeamento e estratégia para reduzir crimes. PM cria Centro de Análise Criminal para mapear ocorrências e planejar as ações na Zona Oeste e parte da Zona Norte - POR ISABEL BOECHAT - O DIA 18/06/2011

Rio - Assaltada 12 vezes em frente à própria residência, na Rua Barichen, em Coelho Neto, a dona de casa Rani Medeiros tinha vergonha de convidar parentes para visitá-la. Outro morador da rua nunca fez seguro de seu carro, um Parati 2007, por causa do valor — R$ 12 mil, pouco menos do preço do veículo no mercado. Situação que pode mudar em breve. Hoje, a rua — que já registrou média de cinco roubos de carros diários — conta com patrulhamento 24 horas por dia.

A medida foi tomada após a criação do Centro de Análise Criminal (CAC) do 2º Comando de Policiamento de Área, responsável pelo planejamento das ações de sete batalhões da Zona Oeste e de parte da Zona Norte. Lá é feito o mapeamento da mancha criminal da região, que registra altos índices de violência.

Oficiais montam planilhas a partir da análise de dados de registros de ocorrência, como incidência, horário e local. As informações ficam disponíveis em painel colorido com mapas. Numa sala de monitoramento, policiais controlam online as viaturas e gerenciam seu deslocamento.

“O caso de ruas de Coelho Neto, que eram rota de fuga de bandidos para a Avenida Brasil, percebemos incidência incrível do que chamamos crimes de rua. Colocamos viatura no local, mas bastava o PM sair por uma hora para almoçar e ocorriam assaltos. Baseamos policiais no local de forma ininterrupta. Hoje, conseguimos zerar o número de roubos de veículos e pedestres em algumas vias”, afirma o comandante do 2º CPA, coronel Aristeu Leonardo.

Segundo ele, o centro de análise foi criado para ajudar os batalhões a cumprir metas da Secretaria de Segurança. Os números de janeiro a abril mostram que, em toda a área do 2º CPA, houve redução nos casos de letalidade violenta (homicídio, latrocínio e auto de resistência), crimes de rua (roubos, furtos e assaltos a ônibus, comércio, residência) e roubos de veículos. No entanto, o 14º BPM (Bangu) registrou aumento nos índices de homicídios e autos de resistência.

Modificação até no horário de almoço de policiais

Para reduzir índices de violência em determinadas áreas, o coronel afirma que foram iniciadas ações conjuntas entre os batalhões. Em maio, por exemplo, as análises do CAC apontaram que o 31º BPM (Barra) não bateria metas para redução de roubos. Foram, então, montadas ações específicas com o apoio de outras unidades e mudança nos horários de almoço de policiais. As equipes foram divididas em três horários de refeições. Assim, apenas um terço, e não a metade do efetivo, interrompe o trabalho para almoçar.

“Fazemos as análises e as ações necessárias, com o apoio de outros batalhões para atingir as metas”, explica o major Luís Carlos Silva Junior, analista do CAC.

Em abril, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), na região do 14º BPM (Bangu), houve um aumento de 150% nos caosos de homicídios e roubos seguidos de morte em relação ao mesmo período de 2010. Foram 33 registros contra 13, respectivamente.

O coronel Aristeu Leonardo atribui a queda nos índices de letalidade violenta em toda a área do 2º CPA — de 152 casos para 127, na comparação entre abril deste ano e de 2010 — principalmente à redução nos autos de resistência (mortes em confrontos com a polícia).

Integração com a população

COMUNICAÇÃO: o auxílio da população é considerado um ponto-chave para o sucesso do CAC. Segundo Aristeu Leonardo, no CAC os contatos são feitos por telefone e pela Internet.

PARA QUE SERVEM: por meio desses canais, a população pode fazer sugestões, críticas e prestar informações sobre o esconderijo de criminosos, drogas e armas e até fatos que envolvam policiais militares.

INTERNET: pelo site www.2cpa.net, a população pode, por exemplo, acessar o link ‘Fale com o comandante’. O coronel Aristeu Leonardo garante responder aos questionamentos e dúvidas dos internautas.

DISQUE DENÚNCIA: foi criado também o Disque Denúncia especial do 2º CPA: 3331-0202. Quem liga não precisa se identificar para fornecer informações.

BATALHÕES DO 2º CPA: Santa Cruz, Bangu, Jacarepaguá, Irajá, Rocha Miranda, Barra da Tijuca e Campo Grande.

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