Uma Central de Polícia classe A
Começou a funcionar esta semana em Canoas, na Região Metropolitana, uma delegacia com padrão de primeiro mundo. O modelo canoense deve ser copiado em seis cidades gaúchas.
Quem chega à Central de Polícia do município recebe uma senha eletrônica para atendimento personalizado, em guichês. Cadeiras anatômicas estão espalhadas no local para quem precisa aguardar a vez.
Caso consiga descrever quem cometeu um crime, a vítima é encaminhada a uma sala para reconhecimento de criminosos, com vidros escuros. A pessoa agredida consegue visualizar o suspeito, mas o contrário não ocorre. A maioria das delegacias gaúchas não conta com um dispositivo assim.
O prédio, com 2,4 mil metros quadrados, foi desenhado por dois policiais-arquitetos e custou R$ 5 milhões. Há salas exclusivas para representantes da BM, do Ministério Público e da Defensoria Pública, além de advogados, com computadores e telefones.
Vítimas com traumas são atendidas por psicólogos
Não param aí os avanços, que deixam no passado as acanhadas e precárias repartições da Polícia Civil. A vítima de crime não precisa se preocupar em ficar no mesmo ambiente que o suspeito preso, já que criminidos ingressam na delegacia por outra entrada. Caso exiba sinais de trauma, a vítima é encaminhada para psicólogos e assistentes sociais.
O novo modelo de delegacia não esqueceu dos criminosos. Quando presos em flagrante, eles ficam em quatro celas amplas. Em frente, estão gabinetes destinados à Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e promotores públicos. É proposital, para que os advogados possam conferir se o detido está em boas condições e não foi pressionado.
A Central de Polícia, no bairro Moinhos de Vento, abrange uma Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Canoas (DPPA, para lavrar prisões em flagrante), a 3ª DP (orientada a atender casos envolvendo idosos) e a Delegacia Regional, que coordena policiais da Região Metropolitana.
– Temos aqui o oposto dos prédios alugados, muitas vezes em péssimas condições, que caracterizam grande parte das repartições policiais no Estado. Faz justiça a uma cidade com a terceira maior população do Estado e problemas bem conhecidos – exalta o delegado regional, Edilson Paim.
Caxias do Sul é o próximo município beneficiado
O município de Taquara já conta com uma Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (que atende flagrantes de todo o Vale do Paranhana) e Novo Hamburgo, também. Mas o modelo ainda não chega à excelência buscada com o prédio agora inaugurado em Canoas.
O próximo passo é investir em um município fora da Região Metropolitana. Segunda cidade mais populosa do Estado, com 435 mil habitantes, Caxias do Sul será a nova beneficiada com uma moderna Central de Polícia. O prédio, já em construção, está avaliado em R$ 5 milhões e contará, além da DPPA, com uma DP e a Delegacia Regional (aos moldes das instalações de Canoas).
Deve estar pronto no início de 2013, acredita o delegado Jorge Luís Soares, da Divisão de Serviços Gerais da Polícia Civil.
As demais cidades
- Passo Fundo – O prédio da Central de Polícia já está licitado. Será adaptação de uma DPPA já existente. Para complementá-lo, incluindo a Delegacia Regional e uma DP de bairro, estão reservados R$ 1,3 milhão. A conclusão está prevista para 2013.
- São Leopoldo – O terreno será o mesmo da atual Delegacia Regional, mas o prédio será novo. Deve começar em breve a licitação.
- Gravataí, Rio Grande e Erechim – Já existe decisão de construir Centrais de Polícia nesses municípios, com base no número de ocorrências e na importância regional. Ainda não começaram os trâmites.
OUTRAS POSSIBILIDADES
- Viamão e Porto Alegre (bairro Restinga ) – Em Viamão a ideia é construir uma central com DPPA e uma delegacia de bairro. Na Restinga (extremo sul da Capital), o plano é ter uma unidade do Instituto-geral de Perícias e uma Delegacia da Mulher, além da DP do bairro. Ainda não começaram os trâmites.
1) Com senhas, vítimas de crime são atendidas em guichês individuais, sem a necessidade de aguardar em pé
2) Defensores públicos, promotores e advogados têm salas de trabalho exclusivas no prédio
3) Em sala de reconhecimento, vítimas conseguem visualizar os suspeitos sem serem vistas
Prédio de 2,4 mil metros quadrados da Polícia Civil custou R$ 5 milhões
Sala na DP abriga psicólogos e assistentes sociais
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