O Policiamento Comunitário ou de Proximidade é um tipo de policiamento ostensivo que emprega efetivos e estratégias de aproximação, ação de presença, permanência, envolvimento com as questões locais, comprometimento com o local de trabalho e relações com as comunidades, objetivando a garantia da lei, o exercício da função essencial à justiça e a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do do patrimônio. A Confiança Mútua é o elo entre cidadão e policial, entre a comunidade e a força policial, entre a população e o Estado.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PACIFICAÇÃO - População apela à UPP para resolver problemas cotidianos


Além do policiamento. População apela à UPP para resolver problemas cotidianos - oO GLOBO, 14/06/2010 às 22h48m; Vera Araújo

RIO - Um reservatório de água do Morro da Babilônia, no Leme, obra que os moradores aguardavam há mais de dez anos, deve ficar pronto até o fim do ano graças ao empenho da polícia. É o que conta, Percília da Silva Pereira, moradora da favela há 62 anos e líder comunitária. Ela atesta que a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no morro trouxe melhorias para a região, mas admite que não pode esperar que o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, resolva tudo. O assunto foi um dos temas do evento "Rio de Encontros, Novas Perguntas e Percepções sobre a Cidade do Rio de Janeiro", nesta segunda-feira, na Casa do Saber, na Lagoa, com o objetivo de discutir os rumos das UPPs, promovido pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) e por O Instituto.

Além de Percília, participaram do debate o secretário estadual de Ação Social, Ricardo Henriques; o economista Sérgio Guimarães; a pesquisadora do CESeC Silvia Ramos; e o capitão Leonardo Nogueira, comandante da UPP do Pavão/Pavãozinho e do Cantagalo. Tanto a líder comunitária quanto o capitão Nogueira deixaram claro que os policiais das UPPs estão sobrecarregados com os pedidos dos moradores de favelas pacificadas, para atender demandas que não são ligadas à segurança, como lixo e abastecimento de energia elétrica.

- Atendemos a dezenas de solicitações. Inclusive, criei o policiamento de aproximação na comunidade, onde o policial chega desarmado para atender os moradores. Muitas vezes, não são problemas de segurança pública. Há uma sobrecarga da polícia - desabafou Nogueira.

Durante o encontro, o secretário de Ação Social, Ricardo Henriques, anunciou que o projeto de política social para as comunidades com UPPs fica pronto em julho, com metas de curto, médio e longo prazos, respeitando as características de cada comunidade, da cultura à economia. Segundo ele, embora a sua secretaria esteja centralizando as decisões, o programa envolve secretarias dos governos estadual e municipal e a iniciativa privada.

O economista Sérgio Guimarães, que integra a equipe de Henriques, ressaltou que, um dos próximos desafios será a instalação das UPPs nas favelas da Zona Norte, principalmente os complexos:

- Foi importante que as UPPs tenham entrado em áreas bem definidas, no caso, na Zona Sul. A Cidade de Deus já foi complicada, mas hoje está estruturada. A Tijuca também têm comunidades contíguas, mas o desafio está na Zona Norte. As comunidades são o que chamamos de conurbações, ou seja, onde acaba uma comunidade começa a outra. O desafio é instalar a UPP integrada à malha urbana.

Política de segurança tem o aval dos jovens
- O GLOBO, 14/06/2010 às 22h47m; Ediane Merola

RIO - Os jovens cariocas acreditam no programa de combate à violência desenvolvido pelo poder público no Rio, mas, para a maioria deles, ainda é preciso modernizar os serviços de denúncia. É o que revela um levantamento inédito feito pelo movimento O Rio Pela Paz, que desde 2004 promove campanhas e analisa temas relacionados à segurança pública. Durante a pesquisa, realizada no mês passado, foram consultados 800 estudantes cariocas, com idades entre 14 e 17 anos. As entrevistas foram feitas em frente a escolas públicas e particulares.

Os jovens tiveram que responder a três perguntas. As duas primeiras foram se acreditavam no combate à violência desenvolvido pelo poder público e se ele dará resultado: nos dois casos, 87% dos entrevistados disseram que sim.
Sociólogo diz que otimismo dos jovens é importante

Quanto ao sistema de denúncias, 12% disseram que as opções oferecidas ao cidadão são insatisfatórias, 27% afirmaram que são melhores do que o esperado e 61% disseram que é preciso modernizá-lo, acompanhando as evoluções tecnológicas.

- As ouvidorias têm que estar preparadas para receber todo tipo de mensagem. O jovem usa Twitter, Facebook... Acredito que as autoridades já estejam ligadas nisso, mas precisam ter mais profissionais capacitados para filtrar esse tipo de informação e apurar as denúncias que chegam pela internet - disse Rommel Cardozo, que preside O Rio Pela Paz.

Segundo ele, um aspecto positivo verificado no levantamento foi o otimismo entre os jovens em relação à política de segurança pública:

- Programas como as Unidades de Polícia Pacificadora e a Operação Lei Seca, que melhoram a segurança do cidadão, têm reflexo na avaliação dos jovens. Quem diria que a Cidade de Deus ficaria livre do tráfico? Que poderíamos subir o Dona Marta sem problemas? A juventude está muito antenada em tudo isso.

Para o sociólogo Michel Misse, é importante que o jovem tenha essa percepção positiva do mundo em que vive:

- Ele tem que confiar, ter esperança de que tudo dará certo. Ser otimista ajuda a dar crédito às políticas públicas, aos planos de redução de crimes.
Campanha pede sugestões sobre prédios para reformar

Diretora do ensino médio do Colégio A. Liessin e acostumada a lidar com adolescentes, Clarice Dahis diz que os jovens de hoje sabem exercitar sua consciência crítica:

- O jovem hoje participa de debates, sabe questionar. Ele escreve cartas para jornais, revistas. Ele se sente cidadão.

Nesta segunda-feira, O Rio Pela Paz lançou uma campanha para receber sugestões dos cariocas sobre prédios que estão abandonados e precisam ser revitalizados em bairros da área central da cidade. Segundo Rommel, o objetivo é montar um dossiê de todos os imóveis que foram invadidos por moradores de rua e estão em situação precária. O movimento pretende mapear prédios em lugares como Santa Teresa, São Cristóvão, Praça Onze, Lapa, Castelo, Praça Quinze e Bairro de Fátima. Sugestões podem ser enviadas para movimentooriopelapaz@gmail.com.

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