ZERO HORA 09 de julho de 2016 | N° 18577
OLHAR GLOBAL | Luiz Antônio Araujo
Alguns dos mais notórios responsáveis por mortes de inocentes da história dos Estados Unidos nasceram ou passaram parte da vida em Dallas: Albert Herndon, Sam Bass, Bonnie e Clyde, Lee Harvey Oswald, George W. Bush. Neste como em outros casos, a fama é injusta. Diferentemente de outras localidades americanas, os índices de criminalidade caíram de forma notável nos últimos anos em Dallas.
Com 1,2 milhão de habitantes conforme o censo de 2010, a cidade é a nona maior do país e a terceira maior do Texas, depois de Houston, a capital, e San Antonio. No ano passado, por exemplo, a taxa de crime por 100 mil habitantes na cidade, um dos principais indicadores de segurança pública, teve uma queda de 4,5% em relação a 2014. Nesse mesmo período, essa taxa caiu em 20 das 30 maiores cidades americanas. Considerando-se dados de 22 dessas 30 localidades, o percentual ficou estável.
No caso dos crimes violentos, Dallas teve um aumento nesse intervalo: 4,8%. Nas 30 maiores cidades, o incremento foi menor: 3,1%.
Ainda assim, os patamares de 2014 estão entre os mais baixos da história na cidade. O número de homicídios em 2014, por exemplo, foi de 116 – a cifra mais baixa desde 1930 e praticamente a metade da registrada em 2004.
O blog The Watch, do jornal The Washington Post, especializado em segurança, associou no ano passado esses números à política de policiamento orientado para a comunidade do chefe David Brown.
Em um artigo publicado em 14 de agosto de 2014, depois da morte do jovem negro Michael Brown em Ferguson, Estado de Missouri, Brown recordou o dia em que passara pela entrevista de admissão como policial, em 1981, e fora questionado sobre as razões que o levavam a buscar uma vaga de agente. Sua resposta foi:
– Quero ajudar as pessoas, senhor. Quero servir minha comunidade. Quero fazer diferença.
Brown é negro.
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