Operação da BM intimida tráfico
Porto Alegre - Operações da Brigada Militar ocupando o centro da cidade e os bairros da periferia impedem ações e influência de criminosos, livrando as comunidades de se tornarem reféns da insegurança. A ação na rua Marechal Floriano foi a partir de uma reportagem em Zero Hora sobre a venda e o consumo de entorpecentes na via e de reclamações dos moradores. A união da BM com os moradores locais, apoiados pela mídia, fortalece e impõe o combate ao crime, foi enaltecida pela faixa exposta no local. O Jornal Zero Hora já havia retratado o drama de quem mora naquela região e "convive com uma rotina de brigas e mortes. Em pleno centro da Capital, pelo menos seis pessoas já foram assassinadas desde o início do ano. A maior parte dos casos, segundo a polícia, está relacionada a rixas entre gangues que disputam a hegemonia do tráfico na região, transformada em ponto de encontro de jovens nas madrugadas. Na mesma noite da primeira publicação, a Brigada Militar realizou operação no local, com o apoio da Polícia Civil. Ao final da ação, porém, nenhuma droga foi apreendida e ninguém acabou atrás das grades (ZH 22out2007)". Entretanto, mesmo identificados, os fornecedores e vapozeiros não ficam presos e são soltos pelos benefícios do ordenamento jurídico e da ineficácia da atual estrutura de ordem pública vigente no Brasil. Fazem parte de uma gama de exemplos que desmotivam agentes policiais, promotores e cidadãos que querem que ordem e justiça neste país. ( foto de Wesley Santos - ZH)
Barreiras
As barreira móveis e de inopino são mais eficazes que as fixas, salvo se houver um objetivo específico de cerco. Como o trânsito é responsabilidade do município, estas podem ser focadas no transporte de armas, drogas e veículos roubados e só deveriam ser realizadas pelas patrulhas de contenção que estão melhor preparadas que o pessoal administrativo ou de policiamento geral. O motivo é a iminência do conflito armado, e para isto as patrulhas de contenção estão melhor preparadas e adestradas.
Presença real e potencial
É dos mais importantes princípios do policiamento ostensivo não muito observado nos dias atuais, principalmente após as 19 horas. Após saudadas e exitosas operações, a polícia se retira abandonando o cidadão à sua própria sorte. A presença real é a manutenção do efetivo policial em território perfeitamente definido para sua atuação e responsabilidade, enquanto que a presença potencial é o atendimento rápido de uma ocorrência, aumentando o perímetro de atuação. Como existe falta de pessoal, os governantes estão optando em investir em viaturas, dando prioridade à presença potencial, desprezando a real. Entretanto, só a presença real poderá resgatar a confiança na polícia e o comprometimento dos policiais com o local de trabalho. As estratégias de policiamento ostensivo geral deveriam priorizar ações de policiamento comunitário em postos de patrulhamento fixado em locais estratégicos para conhecimento público. Nestes locais, a instalação de módulos, sem a obrigação de manter um policial de guarda, serve para marcar a presença real do Estado. Lee Brown, em seu relatório de 1990, ao discorrer sobre pontos fortes e fracos do Departamento Policial de Nova York, do qual era comissário chefe, destacou que investimentos em viaturas afastavam o policial do cidadão. Nenhuma tecnologia consegue substituir a razão e o relacionamento humano. Se o agente atua motorizado, ele aumentará seu raio de ação, atenderá com maior rapidez as ocorrências e o socorro aos seus colegas em perigo, mas se distanciará do relacionamento com as pessoas da comunidade e do comprometimento como o local de trabalho. Os gestores devem harmonizar o emprego destes processos, para que um não se sobreponha ao outro, mas que possam interagir.